O dólar está em um período de valorização, tendo aumentado 4% em 2024. Essa tendência é influenciada por diversos fatores. Internamente, a incerteza fiscal no Brasil pode gerar estresse adicional no cenário local e afetar a taxa de câmbio. Especialistas afirmam que as hesitações externas também ajudam na valorização da moeda norte-americana.
Segundo o sócio da Ipê Investimentos, Fabio Murad, externamente, as incertezas sobre a futura política monetária do Federal Reserve (FED) nos EUA contribuem para a valorização do dólar. De acordo com o executivo, se a moeda norte-americana continuar subindo pode ser um bom investimento para quem busca proteger seu capital contra a desvalorização do real.
“No entanto, essa avaliação depende muito da situação individual de cada investidor e de sua tolerância ao risco. O real se desvalorizando, por sua vez, pode levar a uma inflação mais alta e a um aumento das taxas de juros no Brasil”, explica.
Na contramão, Murad ressalta que se o dólar começar a se desvalorizar é provável que o real se fortaleça. “Isso poderia ajudar a controlar a inflação e talvez permitir uma redução nas taxas de juros no Brasil”, destaca, acrescentando que a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2024 é de R$ 4,95. “No entanto, essas projeções estão sujeitas a mudanças com base em desenvolvimentos futuros”, frisa.
Já o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, reforça que diversificar parte dos investimentos para fora do Brasil acaba sendo uma maneira inteligente de se proteger contra as intempéries do mercado. “O investidor fica mais protegido dolarizando seu ativo lá fora, seja em renda fixa ou renda variável. Vale mencionar que os títulos pré-fixados norte-americanos estão nos maiores valores das últimas décadas”, aponta.
Fenômeno multifatorial
Já para André Colares, CEO da Smart House Investments, a recente valorização de 4% do dólar em 2024 é um fenômeno multifatorial que chama a atenção do mercado financeiro, não só pela magnitude do movimento, mas pelas implicações amplas que transbordam para além das fronteiras dos EUA.
“Este rali da moeda verde reflete uma conjunção de fatores, desde a hesitação do Fed em cortar as taxas de juros diante de um cenário de inflação resiliente, até a percepção de risco fiscal em economias emergentes como o Brasil. As especulações sobre a política fiscal do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e as incertezas geopolíticas globais adicionam camadas de complexidade, alimentando o apetite por segurança que historicamente beneficia o dólar.”
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