Com um arsenal de tecnologias à disposição dos produtores, desde produtos químicos a organismos geneticamente modificados, a discussão em torno da regulamentação dos bioinsumos ganha destaque. É o que contou o convidado do programa CB.Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (26/4), o presidente da Croplife Brasil, associação de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a produção agrícola sustentável, Eduardo Leão, em relação aos avanços do mercado e como a Croplife tem atuado nesse setor.
Para o presidente da Croplife, a discussão em torno da regulamentação dos bioinsumos continua, com a necessidade de um marco regulatório claro e específico para esses produtos. A Croplife Brasil reconhece a importância da produção on farm, porém defende a necessidade de controle e rigor técnico para garantir a segurança e a qualidade dos produtos. Além disso, a troca de experiências entre produtores é o que ele acredita impulsionar a adoção de práticas sustentáveis.
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“O Brasil optou por adotar a produção on farm, que é a produção dentro das fazendas. Muitos produtores multiplicam esses produtos que são macro e micronutrientes, como insetos, vírus, bactérias, dentro das suas propriedades, e utilizam como controle de pragas dentro das fazendas. Qual vai ser o nível de controle na utilização desses produtos? O produtor, hoje, tem uma série de tecnologias à sua disposição que podem ser complementadas ou substituídas. Ao invés de usar um defensivo químico, você usa um produto geneticamente modificado, que é resistente a aquela praga que seria controlada pelo defensivo. Substituir uma tecnologia por outra”, disse.
Segundo Leão, o Projeto de Lei (PL) dos Agrotóxicos 1459/2022, que reformula o marco regulatório dos pesticidas no Brasil, destaca que a legislação, após décadas de espera, coloca o Brasil na vanguarda global, promovendo eficiência e competitividade. No entanto, há problemas que persistem no setor, especialmente em relação aos prazos prolongados de aprovação e ao papel do Ministério da Agricultura na reavaliação de produtos já existentes.
“Essa é a lei que moderniza o marco regulatório dos registros dos defensivos químicos do Brasil. Isso ajuda a colocar o Brasil dentro da vanguarda global”, observou. “O Brasil é o país que mais leva tempo para aprovar um novo produto, um novo defensivo químico. Nós estamos levando em torno de oito anos, enquanto o resto do mundo está levando metade desse tempo. Isso é ruim não só para os produtores”, completou.
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