PARALISAÇÃO

Greve das universidades federais completa 1 semana; veja como fica

Docentes terão até quinta (25/4) para avaliar proposta feita pelo governo na sexta (19/4), que prevê reajuste salarial de 9% em 2025 e 3,5% em 2026

Francisco Artur
postado em 22/04/2024 13:00 / atualizado em 22/04/2024 15:39
Em greve há uma semana, professores da UnB realizam manifestação por reajuste salarial neste ano. A paralisação atinge mais de 60 universidades federais -  (crédito: Reprodução/Instagram @adunboficial)
Em greve há uma semana, professores da UnB realizam manifestação por reajuste salarial neste ano. A paralisação atinge mais de 60 universidades federais - (crédito: Reprodução/Instagram @adunboficial)

A greve dos professores de universidades e institutos federais do país completou uma semana, nesta segunda-feira (22/4), em meio a impasses nas políticas de reajuste salarial. Enquanto a categoria demanda aumento de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% em 2024, 2025 e 2026, o governo apresenta reajuste de 9% no salário, em 2025, e mais um de 3,5% em maio do ano seguinte.

A proposta do governo foi apresentada ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), na sexta-feira (19/4), por meio da Mesa de Negociação Específica do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Na ocasião, houve uma reformulação da proposta do governo, já que antes desta reunião a ideia era aumentar o salário dos professores em 9%, divididos em parcelas de 4,5% em  2025 e 4,5% em 2026.

Mesmo com a nova proposta, o MGI negou aumento salarial para este ano. A alegação é que, ao considerar o arcabouço fiscal, faltariam recursos financeiros para reajustar o salário de servidores federais em 2024. Tramita no Senado uma proposta que altera os planos fiscais e libera cerca de R$ 15 bilhões para o governo gastar ainda neste ano. 

Assembleia

A paralisação atinge mais de 60 universidades. Como não houve, entre outros pontos, aumento salarial para este ano, a categoria avaliou como insuficiente a proposta do governo. A decisão oficial do Andes sobre a continuidade — ou não — da greve dependerá dos resultados das assembleias dos sindicatos regionais. 

De acordo com a representação federal da categoria, as entidades sindicais de cada região terão até quinta-feira (25/4) para avaliar proposta feita pelo Ministério da Gestão. Os professores da Universidade de Brasília farão a assembleia na quarta-feira (24/4), de acordo com a Associação de Docentes da UnB (AdUnB).

Área técnica

Além dos professores, a greve nas universidades e institutos federais abrange os servidores técnicos-administrativos. Essa categoria paralisou as atividades em março. Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), mais de 60 instituições da educação federal aderiram a greve.

Na sexta, antes da negociação com professores, o MGI se reuniu com a área técnica das universidades federais. A proposta de reajuste salarial vinda do governo foi a mesma colocada na mesa da discussão com professores (9% no salário, em 2025, e mais um de 3,5% em maio do ano seguinte), no entanto, assim como os docentes, a ideia não foi bem recebida pelos técnicos porque, entre outros pontos, não houve previsão de aumento salarial para este ano.

Embora vista com maus olhos pelos sindicatos de técnicos-administrativos, a proposta de aumento salarial oferecida pelo governo será votada pelas entidades sindicais de cada unidade federativa. Em Brasília, por exemplo, a assembleia vai ocorrer na terça-feira (23/4), Sindicato dos servidores técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (Sintfub). Conforme apurou o Correio, a tendência é que proposta do governo não seja aprovada e a greve continue. 

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