O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório, nesta quarta-feira (17/4), no qual reavalia as projeções no campo fiscal para o Brasil em 2024 e nos próximos anos. De acordo com a publicação, a nova estimativa de deficit primário para o país é de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Na última avaliação, o FMI projetava um deficit menor, de 0,2%.
Também houve redução na estimativa das contas públicas para o ano que vem. Segundo o relatório, o Brasil deve encerrar 2025 com deficit de 0,3%. Somente para 2027 - ou seja, após o último ano de mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - é que o FMI projeta que o país fechará as contas no azul, com um superávit de 0,4%.
A publicação do relatório ocorre em meio às reuniões de Primavera, que ocorrem durante esta semana, em Washington, nos EUA. Em entrevista coletiva realizada no evento, o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vítor Gaspar, ressaltou que o governo brasileiro tem o objetivo de melhorar a posição fiscal do país, embora considere que ainda há incertezas em relação ao futuro.
Para o diretor, o governo brasileiro deveria agir com mais “prudência” com relação às políticas fiscais e à gestão da dívida. “Colocar a dívida pública do Brasil em um caminho descendente exigira um esforço fiscal mais ambicioso e sustentável, ancorados no arcabouço fiscal, protegendo gastos sociais prioritários e gastos com investimentos ao mesmo tempo”, avaliou o diretor.
Apesar disso, o FMI melhorou a projeção da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) do Brasil para os próximos anos. No último relatório, o fundo estimava um percentual de 90,3% do PIB, em 2024, e de 92,4%, em 2025. Nesta última publicação, as novas projeções são de uma dívida de 86,7% neste ano e de 89,3% no ano que vem.
Realidade mais pessimista
A publicação do Fundo Monetário Internacional traz números menos otimistas do que os divulgados pelo governo federal nesta semana. Na última segunda-feira (15/4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a pasta ainda está empenhada em alcançar o deficit zero no ano que vem, apesar de ter reconhecido que a meta de 0,5% seja inalcançável dentro da realidade atual.
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