Uma manifestação organizada por centrais sindicais e categorias que representam o serviço público federal reuniu pessoas de todo o país, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quarta-feira (17/4). O movimento, que se concentrou na Catedral Metropolitana, marchou em direção ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Governo e sindicatos travam negociações quanto a reajustes salariais. As categorias pedem aumento salarial de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% em 2024, 2025 e 2026. Já o governo colocou na mesa uma proposta de aumento de 19%, divididos entre os 9% — concedido em 2023 — mais dois reajustes de 4,5% no ano que vem e 4,5% em 2026. Neste ano, portanto, o governo propôs não realizar um reajuste salarial.
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Batuques e gritos de guerra
A manifestação por reajuste salarial no funcionalismo público ocorreu em meio a batuques, gritos de guerra e cânticos em defesa da valorização do serviço público. O movimento parou em frente ao prédio do MGI, no bloco K da Esplanada. Nesse momento, políticos e líderes sindicais subiram em um púlpito e discursaram.
"Servidores tem que ser priorizados, não podemos ficar no final da fila. Estamos aqui (em Brasília) para conseguir um diálogo com o governo", falou Sérgio Ronaldo, secretário geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). A Condsef representa os sindicatos regionais de funcionários públicos.
O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Goiás foi uma das entidades prresentes no ato desta quarta. Servidor aposentado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Raulino Mendes enalteceu as manifestações e as classificou como a "melhor forma" de pressionar o governo a "atender as demandas dos trabalhadores e dos aposentados".
Diálogo
Após discursar no púlpito da manifestação de servidores públicos federais, Sérgio Ronaldo, da Condsef, entrou no prédio do Ministério da Gestão para tentar — sem sucesso — uma reunião com a equipe da titular da pasta, Esther Dweck.
Segundo Pedro armengol, diretor da Condsef e colega de Sérgio Ronaldo, os servidores teriam novos argumentos para apresentar ao governo, como uma proposta — aprovada na Câmara e em discussão no Senado —, de mudança no arcabouço fiscal que liberaria R$ 15 bilhões para o caixa do governo.
"Na última semana, a Câmara aprovou a liberação de R$ 15 bilhões. Então, entendemos que a questão para o governo não atender as demandas dos servidores públicos federais não é orçamentária, já que vemos que o governo tem dinheiro A questão é puramente política", pontuou o sindicalista.
Após o insucesso na tentativa de fazer uma reunião com a equipe de Esther Dweck, os sindicalistas saíram da porta do Ministério da Gestão e Inovação com a expectativa de que a pasta se manifeste quanto a uma futura reunião para discutir reajustes salariais no serviço público.
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