A delegação do Parlamento Europeu responsável pelas relações com o Mercosul encerrou sua última reunião da atual legislatura, nesta quinta-feira (11/4), sem esconder sua "frustração" pelo ambicioso pacto entre os blocos não ter sido alcançado.
"Devemos expressar nossa frustração porque nesta legislatura não foi possível concluir a negociação do acordo da União Europeia com o Mercosul", disse o eurodeputado espanhol Jordi Cañas, presidente da comissão.
Em sua visão, "a principal responsabilidade de não ter concluído este acordo nos prazos correspondentes cabe à União Europeia e ao conjunto de suas instituições".
Um novo Parlamento Europeu será constituído após as eleições de 6 a 9 de junho nos países do bloco, e Cañas expressou sua expectativa de que "na próxima legislatura a responsabilidade voltará a alguns atores decisivos".
As instituições da UE disseram que "não souberam se colocar à altura do desafio que significa ratificar um acordo da magnitude" deste projeto.
Na sessão desta quinta-feira, a comissão apresentou um relatório de 11 páginas sobre a visita de uma missão parlamentar à Argentina, de 18 a 21 de dezembro do ano passado.
O acordo entre a UE e o Mercosul parecia estar muito perto de ser alcançado até o final de 2023, mas a partir de 2024 o ímpeto se diluiu drasticamente, em meio a uma onda de protestos de agricultores europeus que lançaram incertezas sobre o pacto.
Desde então, as reuniões foram mantidas apenas em nível técnico.
Depois que o acordo foi anunciado em 2019, a UE passou a exigir capítulos adicionais, especialmente relacionados à proteção ambiental e padrões de qualidade. Em contrapartida, os países do Mercosul também formularam novas demandas.
"Com toda lógica e toda legitimidade, a contraparte do Mercosul também exigiu modificações pontuais do acordo para satisfazer suas necessidades também legítimas", disse Cañas.
Em janeiro, os ministros das Relações Exteriores dos países do Mercosul emitiram uma declaração conjunta na qual defenderam a assinatura do pacto o mais rápido possível.
O acordo UE-Mercosul poderia criar um mercado integrado com quase 800 milhões de habitantes.
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