O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou feliz com os dados positivos do mercado de trabalho formal divulgados, nesta quarta-feira (27/3), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de acordo com o chefe da pasta, Luiz Marinho. Segundo ele, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro voltaram a surpreender e a expectativa dele e do chefe do Executivo é que, ao longo do ano, os analistas continuem errando nas previsões.
Conforme os dados do Caged, em fevereiro, foram criadas 306,1 mil novas vagas de emprego com carteira assinada, dado 81,7% acima do registrado em janeiro (168,5 mil) e 21,2% acima dos números ajustados de fevereiro de 2023 (252,5 mil).
“O presidente Lula ficou muito feliz com esse número e nós também, e esperamos que em março venha reforçar mais essa tendência positiva”, disse Marinho, a jornalistas, durante a apresentação dos números do Caged. Segundo ele, para este ano, a expectativa do governo é que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os novos investimentos do setor automotivo devem criar mais vagas do que o 1,5 milhão criadas no ano passado, podendo, finalmente, chegar aos 2 milhões de novos empregos, como ele estava prevendo para 2023.
“O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9% no ano passado e os analistas previam, no início do ano, 0,5%. Este ano, especialistas estão levando em consideração um crescimento de 1,5% a 1,7%. E o presidente Lula brincou de novo e disse que os economistas vão errar de novo”, apontou.
Conforme os dados do Caged, o número de vagas criadas em fevereiro é o maior para o mês desde 2022, mas abaixo dos 397,9 mil novos cargos criados no segundo mês de 2021.
Recado ao BC
No acumulado do ano, foram criadas 467,6 mil vagas de empregos formais, o que contribuiu para que o estoque, de 45,9 milhões de colocações com carteira assinada no mês passado — maior patamar desde novembro de 2023.
“Esse é o resultado que estamos começando a colher, porque os frutos estão amadurecendo”, enfatizou Marinho, que mandou um recado para o Banco Central reduzir mais os juros, apesar de o mercado de trabalho estar mais aquecido do que o esperado.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu a taxa básica da economia (Selic) em mais 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, mas sinalizou que poderá reduzir o ritmo de cortes a partir de junho, em grande parte, porque o mercado de trabalho está com um desempenho melhor e isso pode gerar pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços, que é o que mais pesa na economia e o que mais emprega.
“Queria chamar a atenção do Banco Central, porque os juros estão um absurdo e o BC não precisa ficar preocupado porque o mercado de trabalho vem mais forte. O cuidado que eles têm que ter é continuar reduzindo a taxa de juros, porque o Brasil continua com a segunda maior taxa (de juros reais — descontada da inflação) do mundo. Os juros estão altos e é preciso continuar com a redução dos juros para a economia continuar crescendo”, disse Marinho.
Ele reconheceu que, para que o aumento da massa salarial seja por conta do aumento da produtividade, ainda é preciso que as empresas invistam mais na melhoria dos equipamentos.
“A produtividade por investimento e as empresas estão com investimentos insuficientes para a melhoria dos equipamentos. Elas precisam reformular as máquinas que, eventualmente, estão obsoletas para aumentar a produtividade. E, para isso, convido o Banco Central a aumentar mais esse debate e não uma simples constatação de números globais. É preciso dar uma aprofundada em cada setor para poder falar sobre essa questão da produtividade”, disse o ministro. Na avaliação dele, os investimentos que estão sendo anunciados, principalmente no setor automotivo, devem ajudar a aumentar a produtividade da indústria automotiva, por exemplo.
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