O Brasil fará parte do grupo seleto de três países que vão auditar as contas da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de julho deste ano. O país vai substituir o Chile, que atualmente ocupa a vaga junto com a China e a França. Em entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, a secretária-geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Paula Sampaio, disse que este será um desafio enorme e deve provocar mudanças significativas na gestão interna do órgão.
“Precisamos criar uma nova secretaria, com equipes especializadas nas auditorias que precisam ser feitas na ONU. Todos fluentes em inglês, e para conseguir dar conta dessa missão, que é um desafio muito grande, mas uma oportunidade muito grande para o país, um reconhecimento da nossa capacidade de organização e controle”, considerou a secretária, no programa desta quarta-feira (13/3). Confira a íntegra da entrevista:
Na última segunda-feira (11/3), equipes do Brasil e do Chile participaram de uma conferência para tratar sobre a troca no trabalho do Conselho de Auditores da ONU. O grupo que levará à frente a missão será formado por membros do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e de tribunais de contas dos estados e municípios.
Ao todo, a equipe vai contar com 30 auditores fixos, que vão trabalhar em modo full-time, além de outros 40, que atuarão de forma temporária. Dentre os grupos, foi convocado um auditor de cada região do país. Para a secretária, a ideia original é que haja uma participação ampla do maior número possível de profissionais, para conceder a oportunidade a mais servidores. “Agora é hora da gente provar para o mundo que o Brasil também consegue ser um país de excelência no que diz respeito a auditoria e fiscalização”, ressaltou Sampaio.
Representatividade
Além de buscar uma representatividade geográfica, convocando auditores de todo o país, o TCU também prezou pela paridade de gênero na escolha das equipes. Segundo Ana Paula Sampaio, o órgão conseguiu manter um percentual em torno de 30% de mulheres à frente da missão, o que é proporcional à taxa feminina que trabalha no tribunal.
A equipe também contará com representantes em um escritório em Nova York, nos Estados Unidos. Segundo a secretária, a ONU exige que pelo menos três pessoas integrem a organização de controle para fazer a interlocução com as Nações Unidas. “E o restante da equipe toda vai ser com base em Brasília, nós temos alguns outros servidores domiciliados fora, nos estados, mas a base toda na capital federal, e aí eles viajam para fazer as auditorias em cada organização”, concluiu.
*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori
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