Washington — Estados Unidos e Canadá são países estratégicos para as relações comerciais do Brasil e, a fim de alavancar negócios com esses dois países, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) deu início, nesta terça-feira (12/3), ao encontro de quatro dias com representantes de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e com secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura dos países da América do Norte, em Washington.
Como os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, o presidente da Apex, Jorge Viana, é pragmático em relação à maior economia do planeta e opta por deixar a preferência política de lado na hora de fazer negócio. "Eu tenho falado: o Brasil tem que aprender a fazer negócio. Agora, os chineses fazem isso, os Estados Unidos, fazem isso. O Brasil precisa fazer isso, não por conta de preferências ou por conta de problemas circunstanciais. A gente tem que valorizar as empresas, a geração de emprego e a presença do nosso país no mundo", destacou ele em pronunciamento. O encontro tem como objetivo ouvir os empresários sobre as dificuldades nesses mercados e buscar aproximar mais as empresas com o governo brasileiro e a Apex.
Viana ainda lembrou que a Apex já realizou, no ano passado, eventos parecidos na África, no Panamá e na Colômbia, e, em breve, deverá ir para a Ásia com o mesmo objetivo. Ele contou que, antes de chegar a Washington, deu uma passada em Boston (Massachusetts, EUA), para participar de um evento do setor de pescados e destacou que o Brasil não pode ter apenas 0,2% da participação do mercado global dessa proteína. "O Brasil tem que entrar forte nesse setor e ampliar também o mercado de frutas, porque temos boas empresas e podemos exportar mais", disse ele, lembrando que o governo brasileiro abriu, por exemplo, o mercado de abacate na Índia.
Antes da fala de Viana, na abertura do evento, a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, destacou que há inúmeras oportunidades de negócios entre os dois países, especialmente nas áreas de tecnologia, da transição energética e da saúde. "Parecem especialmente alvissareiras as perspectivas nas áreas de transição energética e de fortalecimento do mercado de hidrogênio verde, assim como na esfera da economia digital. Como sabem, nós temos um mecanismo muito interessante de coordenação entre o Brasil e os Estados Unidos, que envolve o governo e o setor privado", afirmou. Segundo ela, no fim do ano passado, houve uma discussão muito interessante sobre essas novas oportunidades, em Brasília, e os dois países têm o interesse em dar seguimento a essas conversações.
*A repórter viajou a convite da Apex Brasil
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