Interrompendo a sequência de dois meses em alta, a produção industrial recuou 1,6% em janeiro. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (6/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado marcou a queda mais intensa do indicador desde abril de 2021.
Na comparação com janeiro de 2023, houve avanço de 3,6%. Em 12 meses, a indústria acumula avanço de 0,4%. A queda mensal foi mais forte que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previam um recuo de 1,3%.
As influências negativas com maior impacto no mês vieram das indústrias extrativas, que apresentaram uma queda de 6,3%, e dos produtos alimentícios, com recuo de 5,0%. A primeira atividade foi pressionada pela menor extração de petróleo e de minério de ferro, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento na produção, período no qual acumulou expansão de 6,7%.
A segunda teve como principal influência negativa a redução na fabricação de açúcar, eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período entre julho e dezembro de 2023.
Perfil disseminado
Apesar do desempenho negativo, a indústria passa por um perfil disseminado de taxas positivas, alcançando a maioria dos ramos pesquisados, conforme destacou o gerente da pesquisa, André Macedo. Apenas duas das quatro grandes categorias econômicas e 6 dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção.
“Mesmo com o setor industrial marcando uma variação negativa mais intensa desde abril de 2021, quando assinalou perda de 1,9%, verifica-se perfil disseminado de taxas positivas, alcançando 18 dos 25 ramos industriais pesquisados", destacou.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).
Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram expansão na produção, produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%) exerceram os principais impactos em janeiro de 2024.
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