TURISMO

Apostando alto em turismo, Brasil mira atrair 8 milhões de visitantes

Governo acredita que o setor tem capacidade para gerar receitas superiores a 10% do PIB, abrindo frentes de trabalho

Lisboa — O Brasil desembarcou com tudo na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) com um objetivo claro: atrair o máximo possível de turistas estrangeiros para o país. A meta é chegar a 2027 com 8 milhões de visitantes, 33% a mais do que o observado no ano passado. O governo está convencido de que o turismo tem capacidade para gerar receitas superiores a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), abrindo frentes importantes de trabalho e distribuindo renda. Além da Embratur, com um dos estandes mais visitados da feira, 14 estados e 32 co-expositores marcam presença no evento aberto ao público e a agentes do setor.

Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, a missão, na feira de Lisboa, é conectar o Brasil aos principais hubs globais e, nesse contexto, Portugal tem um papel estratégico por sua forte ligação com o país. Assim como o território luso é a principal porta de entrada de brasileiros para a Europa, tem função semelhante na distribuição de europeus para destinos no Brasil. "Estamos falando de um potencial enorme de negócios", afirma. Esse movimento passa, inclusive, pela ampliação da malha aérea para o Brasil.

Sabino ressalta que o país está empenhado em mudar a sua imagem perante o mundo. "Temos estabilidade social, estabilidade política, estabilidade econômica. Estamos falando da nona potência econômica do planeta. O mundo está com atenção especial no Brasil, em virtude da preservação do meio ambiente, das mudanças climáticas", frisa. Portanto — acrescenta —, é preciso tirar proveito disso. "No próximo ano, teremos a COP30 no Brasil, com uma oportunidade ímpar para todo o globo discutir a preservação do meio ambiente dentro de um lugar que reúne seis biomas e detém a maior biodiversidade do planeta, que é a Amazônia."

Na avaliação do ministro, é necessário, porém, ter foco nas ações, tanto no que se refere à melhora da conexão aérea quanto na promoção do país. "O mundo está passando a enxergar o Brasil do tamanho que ele realmente é. Isso nos permitirá tirar proveito da atividade do turismo, que representa ainda uma parcela pequena no PIB, cerca de 8%", assinala. "Não tenho dúvida de que vamos alcançar esse objetivo. A partir do momento em que o mundo vê a infraestrutura que o Brasil já tem, com grandes aeroportos, grandes hotéis, as belas pousadas, praias maravilhosas, segurança, o resultado virá."

Apesar de todas essas condições favoráveis, os europeus têm, em boa parte, receios em fazer turismo pelo Brasil, por causa dos altos índices de violência. Sabino assegura que não há razão para isso. "Tivemos, recentemente, o reconhecimento da Berkshire Hathaway, uma das maiores empresas de seguro de viagem do mundo, que colocou o Brasil como o país mais seguro para se fazer turismo de toda a América do Sul, o segundo das Américas, 15º do mundo", afirma. "Então, a dedicação do governo é exatamente a de mostrar a todas as pessoas do planeta que querem fazer turismo no Brasil que podem desfrutar da beleza natural com segurança, infraestrutura, comodidade e uma ótima gastronomia. Queremos tirar do turismo resultados equivalentes ao do Pré-sal."

Conexão aérea

No entender do ministro, a atenção que o governo passou a dar ao turismo se reflete nos esforços feitos para melhorar a conexão aérea internacional com o país. "Já aumentamos em mais de uma dezena as frequências de voos para o Brasil. A TAP é um belo exemplo disso — acaba de anunciar mais voos de Portugal para o Brasil durante o verão europeu. Como não pode criar novas rotas, por falta de aviões, aumentou a frequência dos voos. E só está fazendo isso porque os resultados econômicos são bons", diz.

Ele conta que, dentro desse movimento, a Air Europa está anunciando uma linha ligando Madri, na Espanha, a Recife. Também haverá uma linha entre Porto, Cabo Verde e a capital pernambucana. Além disso, a Iberia está com mais voos para o Brasil.

"Vamos divulgar, em breve, uma conexão direta entre São Paulo e Riad, na Arábia Saudita. Está em negociação um voo até o Cairo, no Egito, assim como para Marrocos. A Sky já está alargando a rota na América do Sul, voando de Santiago para Brasília e para Salvador. Então, o esforço do governo já começa a apresentar resultados", complementa.

 

 

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