O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou, nesta sexta-feira (22/3), o resultado fiscal do governo, apontado no Relatório de Receitas e Despesas do 1º bimestre. Ao comentar o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento deste ano, anunciado hoje pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, Haddad afirmou que os resultados estão próximos do esperado pelo governo.
Segundo ele, a cada bimestre a Receita Federal faz uma avaliação das receitas que podem entrar ao longo do ano e reavalia o orçamento. "A impressão da equipe, por ocasião do envio do Orçamento, era de que talvez as receitas correntes estivessem um pouco subestimadas e as receitas extraordinárias um pouco superestimadas”, disse em coletiva de imprensa, em São Paulo.
Nos dois primeiros meses deste ano, a arrecadação com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 467,2 bilhões, um crescimento real de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar de ter sido um bom primeiro bimestre, Haddad reforçou que a equipe econômica seguirá reavaliando as condições. Ele afirmou que os indicadores econômicos melhores que o esperado têm ajudado a arrecadação, no entanto, o governo ainda precisa arrecadar mais.
Deficit zero
Questionado sobre a viabilidade de cumprir a meta fiscal de deficit zero, o ministro disse que o resultado primário depende do desempenho da economia e que está otimista com esse ponto, com a expectativa de crescimento de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Haddad lembrou ainda que houve mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), esta semana, e acredita que este movimento deve continuar, apesar do comunicado do Banco Central ter sido mais cauteloso em relação à continuidade do ciclo de cortes.
“A dúvida é sobre a taxa terminal de juros. A inflação continua comportada dentro da meta, o cenário internacional deve ter evolução, com pelo menos três cortes da taxa de juros nos EUA. Isso ajuda o BC brasileiro a buscar uma Selic melhor. Tem atores no mercado já falando em crescimento de 2,5% para a economia este ano. E isso ajuda na arrecadação, naturalmente”, avaliou o ministro, mencionando também os dados positivos do mercado de trabalho.
Mesmo com otimismo, Haddad reforçou que a meta fiscal está sujeita a aprovação de medidas encaminhadas ao Congresso e que o equilíbrio das contas depende de uma articulação entre os três Poderes. “Hoje, a meta é uma lei. O resultado não depende só de fixar na lei o que você quer. Depende de um esforço do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em proveito do equilíbrio de contas”, disse.
O ministro disse ainda que o governo está buscando normalizar as contas do país, depois da “bagunça” de 2022, último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro: “Estamos aguardando a aprovação das medidas (no Congresso) e a evolução das contas, ainda mais tendo saído de um quadro caótico.”
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