Conjuntura

Setor de cartões deve movimentar mais de R$ 4 trilhões em 2024

O volume total transacionado por cartões representa hoje 56,8% do total do consumo das famílias, de acordo com a Abecs

Segundo Giancarlo Greco, presidente da Abecs, o crescimento dos pagamentos instantâneos e das moedas digitais não são vistos como uma ameaça ao setor de cartões, que deve continuar se reinventando -  (crédito: Rafaela Gonçalves)
Segundo Giancarlo Greco, presidente da Abecs, o crescimento dos pagamentos instantâneos e das moedas digitais não são vistos como uma ameaça ao setor de cartões, que deve continuar se reinventando - (crédito: Rafaela Gonçalves)

São Paulo - O setor de cartões deve movimentar entre R$ 4,05 trilhões e R$ 4,12 trilhões em 2024, uma alta de 8,5% a 10,5% em relação ao ano passado. A estimativa é da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

“Temos a taxa de juros diminuindo, com inflação em nível mais controlado e a diminuição da inadimplência, o que estimula o uso do crédito. Meu otimismo sempre puxa para cima, acho que a indústria tem toda capacidade de crescer em dois dígitos. Ao mesmo tempo, vamos quebrar uma barreira importante em 2024, dos R$ 4 trilhões”, disse o presidente da Abecs Giancarlo Greco, nesta terça-feira (12/3), durante o Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (Cmep), em São Paulo.

De acordo com a associação, o volume total transacionado por cartões representa hoje 56,8% do total do consumo das famílias. A participação representa uma alta de 15,2 pontos percentuais em relação a 2019. “Isso ressalta a crescente presença dos cartões no dia a dia das famílias brasileiras”, destacou.

O crescimento do setor deve ser puxado pelo cartão de crédito, com o débito “andando de lado”, diante da concorrência direta com o Pix, que encerrou o ano de 2023 com quase 42 bilhões de transações, consolidando-se mais uma vez como o meio de pagamento mais popular do Brasil. Segundo Greco, o crescimento dos pagamentos instantâneos e das moedas digitais não é visto como uma ameaça ao setor de cartões, que deve continuar se reinventando.

Na esteira do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal, a inadimplência dos cartões apresentou a oitava queda consecutiva em janeiro, ficando em 7,3%. Desde junho de 2023, a queda já acumula uma redução total de 1,5 ponto percentual. De acordo com o presidente da Abecs, a queda também é “reflexo do empenho da indústria de meios de pagamento no controle do superendividamento”. A inadimplência total da carteira de pessoas físicas em janeiro foi de 5,5%, uma queda de 0,6 p.p em comparação ao ano anterior.

Click to Pay

Uma das grandes apostas do segmento é o “click to pay”, que permite ao cliente finalizar o pagamento de compras on-line com segurança em poucos passos. A modalidade pode ser acionada toda vez que o usuário estiver no checkout da compra e escolher pagar com cartão – nesse momento, ele visualizará a opção “click to pay”, que autentica a transação e dispensa a necessidade de preencher os dados do cartão, como número, data de validade e código de segurança.

As empresas de cartão já ofereciam essa solução, cada qual à sua maneira. Mas foi necessário passar por um processo de padronização técnica, que incluiu discussões realizadas em um grupo de trabalho na Abecs, para adequações ao mercado brasileiro. Agora, o “click to pay” oferece uma experiência uniforme ao consumidor independentemente da bandeira do cartão.

*A repórter viajou a convite da Abecs

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postado em 12/03/2024 16:33 / atualizado em 12/03/2024 16:34
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