Lucro

Petrobras fecha 2023 com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões

O resultado anual foi o segundo maior da história da estatal, mas significou uma queda de cerca de 33% em relação ao ano anterior

A Petrobras vai distribuir dividendos aos acionistas no valor total de R$ 14,2 bilhões -  (crédito: Fernando Frazão/Agencia Brasil)
A Petrobras vai distribuir dividendos aos acionistas no valor total de R$ 14,2 bilhões - (crédito: Fernando Frazão/Agencia Brasil)

A Petrobras (PETR4) divulgou na noite desta quinta-feira (7/3), após o fechamento do mercado, os resultados da companhia para o quarto trimestre de 2023. De acordo com os dados publicados, a empresa registrou lucro líquido de R$ 31,04 bilhões no período. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 28,4%, quando a empresa lucrou R$ 43,341 bilhões.

Com isso, o lucro líquido anual fechou 2023 em R$ 124,6 bilhões, o segundo maior da história, mas com uma redução de 33% em relação ao ano anterior, quando a estatal lucrou R$ 188,3 bi.

Em relação ao quarto trimestre, o Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortizações) da companhia ficou em R$ 66,852 bilhões, com queda anual de 8,5%. Já a receita líquida da petroleira foi de R$ 134,258 bilhões, e recuou 15,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os resultados vieram abaixo do consenso LSEG de analistas do mercado, que previam um lucro líquido de R$ 35 bilhões.

Dividendos

A petrolífera estatal ainda anunciou que vai distribuir dividendos aos acionistas no valor total de R$ 14,2 bilhões. O valor foi aprovado em reunião realizada nesta quinta pelo Conselho de Administração (CA) da Petrobras. A proposta foi encaminhada para a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que deve ser realizada em 25 de abril e, caso seja aprovada, o valor total de dividendos distribuídos em 2023 totalizaria R$ 72,4 bilhões.

Diante disso, o valor a ser pago por ação preferencial e ordinária em circulação seria de R$ 1,09, realizado em duas parcelas iguais de R$ 0,54. Para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, o pagamento da primeira parcela será realizado no dia 20 de maio. Já a segunda parcela seria feita no dia 20 de junho de 2024. Para os detentores de ADRs, os pagamentos ocorrerão a partir de 28 de maio de 2024 e 27 de junho de 2024, respectivamente.

A empresa ainda informou que a distribuição proposta pelo CA está em linha com a Política de Remuneração aos Acionistas, definida em julho do ano passado. Ela prevê que, se houver endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo definido no plano estratégico em vigor, que atualmente equivale a US$ 65 bilhões, a Petrobras terá de pagar aos acionistas 45% do fluxo de caixa livre.

Para o analista da Levante Investimentos, Flávio Conde, a expectativa do mercado para a divulgação dos dividendos era maior do que a dos resultados de lucro da empresa. Na sua avaliação, ele conclui que, com o anúncio do pagamento mínimo, de 45% do fluxo, aos acionistas, a empresa confirma que deve seguir essa linha durante a gestão de Prates.

“Não houve o tal do do ‘dividendo extra’. Ficou claro que o governo vai continuar a votar para pagar só os dividendos mínimos. Os dividendos mínimos são 45% do caixa do fluxo de caixa livre do trimestre, e ele vinha pagando em torno de 70 a 80%”, aponta o especialista.

Cenário anual

A Petrobras também registrou o segundo maior Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortizações) de sua história, de R$ 262,2 bilhões, e o segundo maior fluxo de caixa operacional - R$ 215,7 bilhões. O presidente da empresa, Jean Paul Prates, destaca que o resultado positivo vem mesmo diante de um cenário considerado desafiador.

“Mesmo neste cenário mais desafiador, batemos recordes atrás de recordes de produção, aumentamos os investimentos, reduzimos a dívida financeira e colocamos em operação quatro novas plataformas neste primeiro ano de gestão. Tudo isso com menor intensidade de emissões e mais eficiência. Por isso, celebramos as conquistas de 2023 e compartilhamos os ganhos com a sociedade brasileira”, pontua o presidente.

Para o economista e investidor Bruno Corano, o fato da Petrobras demonstrar o segundo maior lucro da história, mostra que o caminho é positivo. “E se a gente ver a queda, a queda é majoritariamente atribuída à queda do valor do petróleo, que também foi a principal responsável pelo aumento da lucratividade no passado. O que eu quero dizer é que, em termos de eficiência, a empresa não perdeu eficiência”, avalia.

Em nota, a Petrobras também ressaltou que o segundo maior lucro líquido da história da empresa foi sustentado pelos recordes operacionais ao longo de 2023 e pela estratégia comercial considerada bem-sucedida para o diesel e a gasolina. Na comparação com o ano anterior, o preço internacional do petróleo (Brent) caiu 18% e o diferencial de preço do diesel em relação ao petróleo (crackspread) recuou 23%

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori.

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postado em 08/03/2024 00:20
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