Indústria

Preços ao produtor recuam 0,31% em janeiro, em 3º queda consecutiva

Oito das 24 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior

Com o resultado, o indicador acumula retração de 5,56% em 12 meses -  (crédito: CNI/José Paulo Lacerda )
Com o resultado, o indicador acumula retração de 5,56% em 12 meses - (crédito: CNI/José Paulo Lacerda )

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 0,31% em janeiro frente a dezembro, no terceiro mês consecutivo de queda nos preços da indústria. Segundo os dados, divulgados nesta terça-feira (5/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador acumula retração de 5,56% em 12 meses. No mesmo período do ano passado, o índice havia registrado alta de 0,29%.

Em janeiro, oito das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral. Em dezembro do ano passado, 12 atividades haviam apresentado preços médios menores em relação ao mês anterior.

As atividades industriais responsáveis pelas maiores influências no resultado de janeiro foram refino de petróleo e biocombustíveis, indústrias extrativas, alimentos e metalurgia. O desempenho de refino, que apresentou queda de 4,77%, acontece depois de quatro altas consecutivas.

“Os preços do óleo diesel, produto com maior peso na atividade, foram os principais responsáveis, já que estão em trajetória de queda nas refinarias desde dezembro de 2023. O álcool também não está com grande demanda, além de contar com uma boa safra da cana-de-açúcar, influenciando no resultado”, observou Murilo Alvim, analista do IPP.

O setor de alimentos, que aparece entre as principais influências no resultado geral da indústria, apresentou uma queda de 0,74%, após uma série de quatro resultados positivos consecutivos. O resultado, de acordo com o analista, se deu pelos “menores preços do açúcar, também muito por conta da safra da cana, e dos derivados de soja, commodity que vem apresentando uma produção estável e sem pressões de demanda”.

As indústrias extrativas, por sua vez, registraram uma elevação de 4,64% nos preços. Assim como ocorreu no mês passado, a elevação nos preços do minério de ferro foi determinante para esse resultado. “A alta verificada em indústrias extrativas foi a maior dentre todos os setores analisados, impactando também outras atividades, como a metalurgia, por conta da alta dos produtos siderúrgicos, que utilizam o minério de ferro como principal insumo”, lembrou Alvim.

O pesquisador ponderou que, apesar da queda dos preços no índice geral em janeiro, esse desempenho não é disseminado por toda a indústria, pois a maioria dos segmentos teve aumento de preços.

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postado em 05/03/2024 10:08
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