Riad, Arábia Saudita — Uma comitiva de empresários brasileiros dos mais diversos setores desembarcou na capital da Arábia Saudita neste fim de semana para a Brazil Saudi Arabia Conference, promovida pelo grupo Líderes Empresariais (Lide), do ex-governador João Doria, e a Câmara de Comércio Brasil Arábia Saudita. Desde outubro do ano passado, quando o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2034, a cidade se transformou num verdadeiro canteiro de obras e as empresas brasileiras estão de olho não só nesse mercado cada vez mais aberto ao mundo, como também nos investimentos que podem captar para seus projetos de sustentabilidade, por exemplo.
A programação começou ontem, com um almoço de boas-vindas e visita ao Centro Cultural de Diriyah, a primeira capital dos sauditas, fundada em 1744, com direito a um aperto de mãos com as autoridades locais, orgulhosas da maquete de um complexo turístico com entrega prevista para o início da próxima década, antes da Copa do Mundo. Só nesse conglomerado, os sauditas pretendem um investimento de US$ 68 bilhões, a maioria privado, com 28 hotéis, 400 restaurantes e oito museus. "Há uma modificação completa para se preparar para a economia pós-petróleo. Há um desejo de diversificar a economia saudita", disse o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, em sua breve saudação ao empresariado na hora do almoço.
Com tantos investimentos, a economia saudita espera um crescimento da ordem de 4,5% para este ano, números que serão detalhados nas palestras desta segunda-feira, na Conferência. A abertura será às 10h (04h, hora de Brasília), na Federação das Câmaras de Comércio Sauditas, com uma fala inaugural de seu chairman, Hassan Al-Huwaizi. Também estão previstas falas do chairman do Lide, Luiz Fernando Furlan, ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Lula 1, do presidente do Lide, João Doria Neto, e do Lide Arábia Saudita, Abdulmalik Al Qhatani.
Fundo Soberano
A conferência terá ainda palestras e rodadas de negócios para a indústria aeronáutica, defesa e segurança, logística, energia, mineração, agricultura, investimentos imobiliários, além de indústria farmacêutica e hospitalar. Na terça-feira, os empresários têm reunião marcada com a equipe do Fundo Soberano da Arábia Saudita, o mais ativo do mundo em 2023, conforme reportado pela Bloomberg.
As áreas de mineração e agro são hoje as mais eficientes nos negócios brasileiros na Arábia Saudita. O agro representa 70% das exportações brasileiras para o país. No caso da mineração, há interesse, inclusive, na compra de participação nas empresas brasileiras. No ano passado, a Manara Minerals, a empresa de mineração saudita, comprou 10% da Vale Minerais Básicos por US$ 3,4 bilhões.
Os empresários que integram a comitiva do Lide no Oriente Médio deixam a Arábia Saudita na quarta-feira pela manhã rumo a Dubai para nova rodada de negócios e conferência.
A jornalista viajou a convite do grupo Lide.
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