Após a morte do ex-presidente do Banco Central e ex-secretário da Fazenda de São Paulo Affonso Celso Pastore, líderes que conviveram com o economista expressaram suas condolências pela perda. O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em conversa com jornalistas, após a saída de um evento em Brasília, que Pastore sempre defendeu as pautas da instituição monetária que liderou entre 1983 e 1985.
"Eu lembro que uma vez eu encontrei ele no avião e eu falei para ele: ‘O senhor está indo para Brasília?’, e ele: 'Sempre que tiver um tema do Banco Central, pode me chamar, porque eu sou um apaixonado pelo Banco Central e eu sempre vou proteger as causas do BC’”, lembrou Campos Neto.
O presidente do BC ainda destacou que sempre manteve contato com Pastore nos últimos anos em que esteve à frente da instituição e lembrou que ele foi um dos defensores da autonomia do banco e de outras agendas levadas à frente pelo Bacen.
“Eu acho que é uma enorme perda. Ele escreveu até um artigo recente sobre essa parte da revolução inflacionária - acho que foi na semana passada ou retrasada - e a gente até comentou em uma das nossas reuniões. Então, ele era uma pessoa muito querida e muito comentada no âmbito de banqueiros centrais”, concluiu o presidente, na saída de um café da manhã promovido por integrantes da Frente Parlamentar da Economia Verde.
Ex-presidentes lamentam falecimento
O ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles também expressou sentimentos pela perda do antigo presidente da instituição. Em uma publicação em sua conta do X, ele escreveu que o falecimento de Affonso Celso Pastore é uma perda enorme para o pensamento econômico brasileiro.
“Pastore prestou serviços de alto valor para o Brasil, fosse como presidente do Banco Central, fosse como estudioso apaixonado pela nossa economia. Convivemos em diversos círculos ao longo de anos, sempre com trocas de ideias muito interessantes e férteis. Pastore era um economista de alto gabarito. Sinto a perda de um grande amigo. Meus sentimentos à família”, lamentou Meirelles.
O também ex-presidente do Bacen Ilan Goldfajn afirmou estar muito triste com a morte de quem era considerado um “grande amigo”.
“Foi o maior expoente e promotor do foco na ciência para a análise de políticas econômicas. Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP (Universidade de São Paulo), passando por sua larga e profícua carreira até quando tive a honra de, com ele e outros colegas, criar o Centro de Debate de Política Públicas (CDPP)”, lembrou.
Affonso Celso Pastore faleceu nesta quarta-feira (21/2), dias após uma cirurgia feita no último sábado. O corpo do economista será velado ainda hoje, entre 13h e 17h, no cemitério do Morumbi.
*Estagiário sob a supervisão de Talita de Souza
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