O diretor executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBIns), Reginaldo Minaré, detalhou durante entrevista ao CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília — nesta sexta-feira (2/2), o uso de bioinsumos na agricultura brasileira. A conversa abordou desde o funcionamento dos bioinsumos até os próximos passos no âmbito legislativo. Segundo Minaré, o Brasil é líder na adoção de bioinsumos na agricultura, especialmente entre os grandes produtores. Cerca de 10% da área agrícola brasileira já utiliza bioinsumos para o controle de pragas, com forte tendência mundial à agricultura sustentável.
“O Brasil é ponta-de-lança na adoção dos bioinsumos. É o país que vem liderando a introdução de uso de bioinsumos na agricultura, especialmente, na grande agricultura. Temos aproximadamente 10% da área brasileira utilizando bioinsumos para o controle de pragas. Isso seria em torno de 10 milhões de hectares. No universo dos fertilizantes, temos cerca de 40 milhões de hectares sendo tratados com os inoculantes”, disse.
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A ABBIns representa um dos segmentos da indústria de insumos agrícolas no Brasil, apoiando agricultores, especialmente aqueles que produzem bioinsumos para uso próprio em suas propriedades.
“A produção de bioinsumos, para o pequeno agricultor, reduz o custo sobremaneira. O agricultor que comprava o bioinsumo pronto para uso, gastava aproximadamente R$ 200 por um litro de produto. Agora ele produz aquele mesmo produto gastando cerca de R$ 10 na sua propriedade”, observou.
“É uma ferramenta que deveria ser incentivada ao máximo no Brasil, não obstruída. Os benefícios são gigantescos”, completou
Veja a entrevista na íntegra:
Atualmente, os agricultores têm liberdade para produzir seus próprios bioinsumos para uso próprio, dentro do contexto regulatório estabelecido pela legislação dos orgânicos. Por isso, cada vez mais o mercado tem chamado atenção nas vantagens dos bioinsumos, incluindo sua eficácia no combate a pragas, melhoria na nutrição das plantas, redução de custos de produção e benefícios ambientais
“O uso começou a ser bastante elevado e vários outros produtos foram incorporados a esse universo. Contudo, é importante que mantenha essa divisão: químicos de um lado e biológicos do outro. Além de garantir a permanência do direito do agricultor de continuar produzindo os seus bioinsumos”, defendeu.
A aprovação da Lei de Agrotóxicos trouxe equívocos, deixando de fora a regulamentação adequada dos bioinsumos. Minaré explicou a importância de corrigir essas falhas para garantir uma legislação específica para os bioinsumos, separada dos agrotóxicos químicos.
“O retrocesso que existiu foi por força da aprovação da Lei dos Agrotóxicos, que insistiu em manter os biológicos dentro da lei dos Químicos. Se não for modificada, criará uma confusão jurídica enorme. Por isso, esperamos que a Câmara, ao aprovar o projeto de Bioinsumos, faça essa correção para ter uma harmonia de redação da lei e não ficar essa coisa feia parecendo que saiu de um parlamento que não sabe legislar”, contou.
*Estagiária sob a supervisão de Ronayre Nunes
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