Em evento com empresários nesta terça-feira (27/2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reiterou o compromisso brasileiro de zerar o desmatamento até 2030 e pediu a participação do setor privado nos investimentos necessários ao enfrentamento das mudanças climáticas.
Ao lado da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, Marina substituiu o ministro da Fazenda Fernando Haddad, que está com covid, em um evento prévio à reunião dos ministros das finanças e presidentes de bancos centrais do G20, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).
“O Brasil é um país em desenvolvimento que requer muitos investimentos na parte de infraestrutura. São investimentos que precisam da iniciativa privada e de recursos de outros países, como os Estados Unidos”, disse a ministra, ao citar o plano de transformação ecológica.
Inflação global
No âmbito global, a ministra destacou os riscos econômicos causados pelas mudanças climáticas. “No contexto da mudança climática, não podemos olvidar, negar o fato, de que podemos ter grandes instabilidades se não resolvermos o problema da mudança climática. E um vetor dessa instabilidade é se não formos capazes de ter suprimento de alimentos com preços acessíveis para os povos do mundo”, disse.
A ministra mencionou ainda os efeitos do clima sobre a produção de alimentos, que também representam riscos de elevação da inflação global. “Além da estabilidade geopolítica baseada na segurança alimentar, nós temos um outro problema que é o risco de uma inflação global que pode ser causada também por insegurança alimentar em função da mudança climática”, destacou.
Para Marina, as vantagens comparativas do Brasil na transição para uma economia verde devem se tornar vantagens “colaborativas”, em um quadro de cooperação: “Nesse sentido o Brasil é um país que pode ajudar nessa equação, desde que o mundo reduza suas emissões de combustíveis fósseis e nós também façamos nosso dever de casa.”
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