Superando as expectativas, o mercado de franquias no Brasil voltou a crescer em 2023, consolidando, assim, sua recuperação. O faturamento atingido no ano passado foi de R$ 240,661 bilhões, variação nominal de 13,8% em relação a 2022. Os dados são da pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), divulgada nesta quinta-feira (9/2)
Segundo os dados, em relação a 2019 (pré-pandemia), o crescimento foi de 28,9%. Entre outros fatores, o desempenho foi alavancado pelo forte resultado no 4º trimestre de 2023, em que o setor registrou um crescimento nominal no faturamento de 14,2% — R$ 63,8 bilhões para R$ 72,878 bilhões.
A pesquisa mostrou ainda que o número total de operações no Brasil atingiu 195.862, 6,2% a mais do que no ano anterior. Novas marcas continuam a adotar o franchising como plataforma de negócios, com um total de 3.311 redes de franquia identificadas (crescimento de 7,6%), um recorde no histórico de pesquisas da ABF. Com isso, o setor totalizou 1.701.726 empregos diretos (expansão de 7,1%), outro recorde.
De acordo com a pesquisa, outros indicadores corroboram o avanço das franquias no país. Além da melhora do quadro macroeconômico (inflação menor, retomada do emprego e PIB positivo), a ABF atribui o desempenho às melhores práticas e aos aprendizados aprimorados nos últimos anos (tanto em relação a processos quanto no relacionamento com consumidores e dentro da rede).
Outro ponto que, segundo a ABF, influenciou no desempenho foi o avanço da digitalização em várias frentes (a realização de negócios totalmente on-line já faz parte do dia a dia das franquias); e a omnicanalidade e a adoção de novos formatos, em um ambiente de atividades e hábitos presenciais (e híbridos) consolidado, com destaque para eventos e a retomada do turismo.
Para o presidente da ABF, Tom Moreira Leite, esses resultados mostram a capacidade de adaptação do setor, principalmente em relação à digitalização e ao ajuste de modelos de negócio. “De outro lado, o desejo do consumidor por atividades sociais, principalmente eventos, encontros e confraternizações, movimentou o setor de forma geral, mas principalmente Alimentação e Turismo. A capacidade de levar os mais diferentes serviços a diversas regiões do país também merece ser destacada. Não por acaso, cada vez mais marcas consideram o franchising como uma forma mais ágil e organizada de escalar seus negócios.”
Desafios
O presidente da ABF afirmou que alguns desafios, porém, permanecem, como equacionar os compromissos da pandemia, a pressão de custos, a dificuldade no acesso a crédito, a complexidade do ambiente de negócios no Brasil e dificuldades na contratação de mão de obra qualificada.
“Por isso, a urgência de avançarmos na agenda de reformas, sendo o novo sistema tributário brasileiro o foco do nosso advocacy, de forma que ele atenda às necessidades de um setor intensivo em mão de obra, que qualifica e requalifica o entrante no mercado de trabalho, assim como os que já estão inseridos nele. Defendemos também o reajuste do teto do Simples Nacional, de forma que o setor continue a gerar cada vez mais empregos e renda”, disse Leite.
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