Em aceno ao agronegócio, o governo federal anunciou que ampliará em 30% os recursos para a infraestrutura dos chamados ‘corredores do agro’, que é o nome dado às principais rodovias e hidrovias nacionais utilizados para a exportação de produtos brasileiros. O anúncio, feito nesta terça-feira (6/2) em entrevista coletiva, contou com a participação dos ministros Renan Filho, dos Transportes, Carlos Fávaro, da Agricultura, e Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos.
Com a expansão dos investimentos, a expectativa é que sejam repassados para os corredores cerca de R$ 4,7 bilhões — valor superior aos R$ 3,6 bilhões investidos no ano passado. Ainda de acordo com o Ministério dos Transportes, em 2022, durante o último ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram aplicados R$ 1,9 bilhão na infraestrutura dessas vias.
Durante a coletiva, o ministro Renan Filho aproveitou para criticar o teto de gastos — antigo regime fiscal utilizado durante o governo anterior —, alegando que durante esse período, o Brasil foi o que menos investiu em infraestrutura entre as principais economias. “Agora ela está voltando a melhorar, mas ainda está recuperando um passivo desses últimos anos”, argumentou o ministro.
Em 2022, o investimento em infraestrutura foi equivalente a 1,99% do PIB do país — o maior valor percentual desde 2015. A expectativa é que esse percentual alcance 2,1% em 2023.
- Governo anuncia investimentos para infraestrutura entre países do Mercosul
- 67,5% das rodovias brasileiras estão em más condições, diz CNT
Arcos Norte e Sul
A divisão dos investimentos prevê R$ 2,66 bilhões para o Arco Norte e R$ 2,05 bilhões para o Arco Sul/Sudeste, com a estimativa de 60 novas obras consideradas estruturantes dentro do pacote de recursos. Entre elas, estão previstas a retomada dos investimentos públicos na ferrovia Transnordestina, em Pernambuco, e das ferrovias FIOL 1 e 2 e a FICO, ligando Ilhéus, no litoral baiano, até Lucas do Rio Verde (MT).
Segundo o ministro dos transportes, o objetivo do governo é atingir 90% da malha rodoviária do Arco Norte sendo considerada boa e 80% das rodovias do país em bom estado. De acordo com a pasta, no ano passado foi possível elevar o percentual de malha boa no Arco Norte, de 52% para 80%.
Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a infraestrutura é o fator primordial para a formação dos preços dos produtos. “A formação de preços está diretamente ligada ao custo de frete. Se nós não tivéssemos essas condições de rodovias, certamente a soja estaria abaixo do custo de produção”, destacou o chefe da pasta.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br