O Brasil teve um deficit de transações correntes de US$ 5,8 bilhões em dezembro e encerrou o ano de 2023 com saldo negativo acumulado de US$ 28,6 bilhões. Segundo os dados das Estatísticas do Setor Externo, divulgados nesta segunda-feira (5/2) pelo Banco Central (BC), o resultado é equivalente a 1,32% do Produto Interno Bruto (PIB).
Houve uma redução de US$ 19,6 bilhões em comparação ao ano anterior, quando o deficit corrente ficou em US$ 48,3 bilhões, alcançando 2,47% do PIB em 2022. O resultado surpreendeu os analistas do Consenso LCE, que esperavam um deficit maior em dezembro, de US$ 7,428 bilhões.
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O saldo anual foi atribuído ao superavit de de US$ 36,4 bilhões da balança comercial e à redução de US$ 2 bilhões no déficit de serviços, compensados parcialmente pelos aumentos nos déficits de renda primária (US$ 15,9 bilhões), e de renda secundária (US$ 2,9 bilhões).
No acumulado do ano, as exportações de bens registraram o maior valor da série histórica, US$ 344,4 bilhões, o que representou um aumento de 1,2% em relação a 2022. Já as importações somaram US$ 263,9 bilhões, com recuo de 10,9% em relação ao ano anterior.
O deficit na conta de serviços somou US$ 37,6 bilhões em 2023, um recuo de 5,1% comparativamente ao déficit em 2022. Destacaram-se a redução das despesas líquidas de transportes e os aumentos das despesas líquidas de serviços culturais, pessoais e recreativos, e telecomunicações, computação e informações.
O deficit em renda primária totalizou US$ 72,4 bilhões no ano passado, resultado 28,1% acima do déficit de US$ 56,5 bilhões ocorrido em 2022. De acordo com o relatório, o acréscimo decorreu, principalmente, da elevação das taxas de juros nos mercados internacionais, e operações de conversão de juros em principal.
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