Apesar de ter iniciado 2024 acima de 130 mil pontos, o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), acumulou queda de 4,79% em janeiro, registrando o pior desempenho dos últimos oito anos, de acordo com levantamento feito pelo economista Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.
Ontem, a B3 encerrou o pregão desta quarta-feira (31/1), com leve alta de 0,28%, a 127.752 pontos. No mesmo mês de 2016, o IBovespa escorregou 6,79%.
“Ao longo da última década, o IBovespa registrou quedas em nove janeiros, com o ano de 2014 marcando o período mais desafiador, ao registrar tombo de 7,51%”, destacou Rivero. Ele lembrou que, em 2018, o índice registrou o melhor desempenho para os meses de janeiro ao ter uma valorização de 11,14%. “Desde 2010, o IBovespa registrou rentabilidade positiva em seis ocasiões durante o mês de janeiro”, acrescentou.
Conforme o levantamento de Rivero, quatro dos principais índices de investimento apresentaram desempenho negativo neste mês. Segundo ele, o destaque positivo foi para o ouro, que teve uma valorização de 7,39%, seguido pelo índice de BDRs (índice de empresas estrangeiras negociadas na B3), com alta de 4,75%, e o BitCoin, com avanço de 2,69%. Por outro lado, entre os índices de renda variável, o índice de Small Caps liderou as perdas com um recuo de 6,55% em janeiro, seguido pelo IBovespa, e pelo índice de dividendos (IDIV), que fechou o mês com queda de 3,51%.
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Destaques negativos da Bolsa
De acordo com análise da Investing.com, os destaques negativos de janeiro da B3 ainda são uma repetição de 2023, pois refletem a forte queda de ações de empresas com problemas financeiros ou perspectivas de guidance menores do que o esperado pelo mercado. Nesse caso, a desvalorização das ações da Gol, que entrou com pedido de recuperação nos Estados Unidos para renegociar dívidas.
Os papeis da companhia aérea foram retirados de todos dos índices da B3 desde segunda-feira. Pelas estimativas de Rivero, a Gol acumulou perdas de R$ 2,55 bilhões em 2024 até 30 de janeiro, com uma queda de R$ 444 milhões apenas no último dia.
As ações das Casas Bahia lideraram as perdas do IBovespa deste mês, com queda de 30,67%. Em 2023, a companhia varejista registrou a maior baixa do indicador, devido à maior cautela dos investidores após analistas apostarem em um cenário desafiador para a empresa, reiterando recomendação à venda ou neutra para os papeis.Outro papel que teve destaque entre as perdas da B3 em janeiro foi a MRV, que sofreu com as expectativas dos investidores de uma correção no guidance da empresa para este ano.
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