O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta segunda-feira, 29, que a pasta considera "satisfatório" o dado do resultado primário em 2023. Embora o déficit tenha sido o segundo pior da série histórica, ele ponderou que, retirado fatores extraordinários ou passivos que o governo precisou endereçar no ano passado, o saldo negativo se aproximaria do objetivo que a Fazenda traçou para o ano, de fechar 2023 com déficit próximo a 1% do PIB. Ceron afirmou ainda que, para 2024, o governo tem metas "arrojadas que serão perseguidas".
Para justificar essa avaliação sobre 2023, Ceron distinguiu em coletiva de imprensa os impactos do pagamento de precatórios e das compensações a Estados e municípios dentro do resultado primário. Se esses fatores negativos fossem retirados do saldo, o déficit ficaria em 1,08% (-R$ 117,17 bilhões). O secretário ainda fez uma simulação em que foram excluídos do resultado primário o aporte no fundo de permanência para alunos do ensino médio, além do aporte para a capitalização do BNB. Nesse cenário, o déficit fecharia em 1,01% do PIB.
"Nos parece um bom resultado daquilo que foi perseguido, considerando o que tivemos de intercorrência ao longo do exercício e que nos atrapalha de certa maneira do que perseguimos", disse. Ceron também relembrou que, embora seja positiva para o cenário macro, a redução da inflação retirou em torno de R$ 25 bilhões da arrecadação, destacando também os efeitos do Perse (de R$ 17 bilhões), e das subvenções de ICMS, com impacto de quase R$ 20 bilhões a mais que o esperado.
"E apesar desses efeitos ainda conseguimos resultado que do ponto de vista gerencial consideramos satisfatório", comentou o secretário. "Para 2024 temos metas arrojadas que serão perseguidas, e da mesma forma vamos mostrar com transparência o que afetou negativamente e positivamente a busca desses resultados", concluiu.
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