CB.AGRO

Preço do café brasileiro bateu recorde em meio a problemas climáticos

Assessora da Comissão Nacional de Café da CNA acredita que momento atual é de alta volatilidade

Os problemas climáticos ultrapassaram barreiras e chegaram com força no sistema agrário cafeicultor. Na opinião da produtora rural Raquel Miranda, assessora da Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), se olharmos para uma janela estreita, o cenário atual passa por um momento de altíssima volatilidade. “Quando olhamos por uma janela mais extensa, desde 2020, onde a gente atravessou um período de pandemia, nós observamos um boom das commodities agrícolas como um todo”, afirmou, em entrevista aos jornalistas Roberto Fonseca e Thays Martins, no programa CB.Agro, uma parceria entre o Correio e a TV Brasília, desta sexta-feira (26/1).

“O café brasileiro atingiu seus preços recordes, tanto do arábica quanto do conilon, mas também foi um momento que o produtor passou por problemas climáticos e frustração de produção”, acrescenta Miranda. Assim, o momento foi delicado para muitos produtores, que apesar de terem um preço competitivo e interessante, não tinham produção suficiente para comercializar.

Assista a entrevista na íntegra:


Por mais que o clima não esteja totalmente a favor das lavras cafeeiras, está mais favorável. A esperança é que os produtores tenham uma melhor produção, e, ao contrário do que se esperava, os preços continuem firmes. “Nas últimas semanas, apesar da alta volatilidade, tivemos uma recuperação no café arábica, que voltou a ser negociado acima de R$ 1 mil a saca de 60kg nas principais praças do Brasil, e o canéfora, que é o conilon ou robusta, que são as duas variedades de canéfora que nós produzimos no Brasil, atingindo a máxima histórica de preços dos últimos 16 anos”, comenta a assessora.

Apesar da variação de preços, a inconstância de valor do café demora para chegar ao consumidor. Na avaliação de Miranda, a produção brasileira trabalha com o estoque, o que influencia nos preços, que geralmente são pré-fixados com alguns produtores ou armazéns. “Então, a indústria tem uma gordurinha para queimar, para ter um respiro para não estar passando por isso semanalmente, mensalmente para o consumidor. Ela consegue, às vezes, dar uma segurada nesses preços para não impactar também no consumo e assustar alguns consumidores que são mais apegados a essa questão de preço”, conclui.

* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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