O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,4 pontos no primeiro mês deste ano e atingiu o menor nível desde maio de 2023, com 90,8 pontos. O levantamento, que é apurado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), ainda revela que o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, em 0,6 ponto, se consideradas as médias móveis trimestrais.
A queda de confiança foi observada tanto nas avaliações sobre o momento atual quanto em relação às expectativas para os próximos meses. O Índice da Situação Atual (ISA) — que também integra a pesquisa — recuou pelo segundo mês consecutivo e já atinge 77,6 pontos, o que representa o menor nível desde julho de 2023. Além disso, o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,3 pontos neste mês, e está em 100,2 pontos.
Para a economista do FGV/Ibre, Anna Carolina Gouveia, o resultado deste mês reforça uma tendência de desaceleração iniciada em setembro do ano passado. “O resultado é motivado pela piora das perspectivas sobre a situação atual e das expectativas para os próximos meses, assim como disseminada entre as faixas de renda, com exceção da confiança dos consumidores de renda mais alta, que subiu no mês”, avalia.
Pessimismo maior
O ICC deste mês ainda revela que a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias foi o que mais influenciou para a piora da confiança em janeiro. Esse indicador registrou a segunda queda consecutiva, e atingiu o menor nível desde maio de 2023. Também houve recuo do indicador que mede a satisfação sobre a situação econômica.
“Apesar do controle da inflação e da resiliência do mercado de trabalho, os juros e o endividamento elevados continuam a exercer pressão sobre a situação financeira e o consumo das famílias, contribuindo para a manutenção do indicador em patamar pessimista-moderado”, completa Gouveia.
A desconfiança é sentida em todas as faixas de renda, de acordo com o estudo, com exceção aos consumidores com o maior poder aquisitivo (renda superior a R$ 9,6 mil). Segundo a FGV, as famílias de classe média ou baixa ainda se mostram pessimistas em relação às expectativas daqui para a frente.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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