Um grupo de 250 super-ricos, entre bilionários e milionários, divulgou na quarta-feira passada (17/1) uma carta exigindo dos políticos ao redor do mundo que aumentem os impostos sobre suas fortunas. O documento, intitulado "Proud to Pay" (Orgulhosos em pagar, em tradução livre), foi liberado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos e cobra de líderes medidas efetivas para o combate à desigualdades econômicas.
A carta destaca que impostos mais altos não irão alterar os padrões de vida dos super-ricos, nem prejudicar suas crianças. "Queremos ser taxados. Nosso pedido é simples. Nós, os muito ricos em nossa sociedade, queremos ser taxados por vocês. [Isso] Irá transformar a riqueza extrema e improdutiva em investimento em nosso futuro democrático comum", diz o documento.
- Artigo: A riqueza dos mais pobres
- Visão do Correio: É preciso falar do combate à desigualdade no mundo
74% dos super-ricos apoiam pagar mais impostos sobre suas fortunas para melhorar os serviços públicos, aponta levantamento realizado pela entidade de pesquisas Survation, a pedido do grupo Patriotic Millionaires (Milionários patrióticos, em tradução livre).
Em Davos, a entidade Oxfam International revelou que o patrimônio dos cinco homens mais ricos do mundo mais do que dobrou desde 2020. Paralelamente, cinco bilhões de pessoas ficaram mais pobres.
As fortunas de Elon Musk (dono da Tesla e da Space X), de Bernard Arnault, (dono da empresa LVHM), Jeff Bezos (propretário da Amazon), Larry Ellison (da Oracle) e Warren Buffet (acionista da Berkshire Hathaway) chegaram a 689 bilhões de dólares em 2023, o que indica um aumento de 114% desde 2020. No entanto, o poder financeiro de 60% da população mundial caiu 0,2% em termos reais no mesmo período. Seriam necessários 229 anos para erradicar a pobreza global, de acordo com a Oxfam.
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