Em entrevista ao programa Roda Viva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou a preocupante desaceleração do crescimento econômico e a queda nos investimentos no Brasil. Diante desse cenário, Haddad discutiu os desafios enfrentados e as perspectivas para a recuperação econômica do país.
Questionado sobre o diagnóstico da atual situação econômica, o ministro da Fazenda reconheceu a desaceleração do crescimento e a diminuição nos investimentos nos últimos quatro trimestres. Alguns economistas sugerem que a incerteza em relação à carga tributária, decorrente das medidas em andamento e das futuras reformas, contribui para a desconfiança dos investidores.
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O ministro destacou o elevado patamar da taxa de juros, que chegou até 13,75%, e ressaltou que, com uma taxa tão elevada, torna-se desafiador para os investidores se disporem a aplicar recursos no país. Haddad explicou que, mesmo descontando a inflação, a taxa real de juros permanece alta, dificultando a tomada de decisões de investimento.
"É muito difícil com a taxa em 13,75%, como estava até agosto, alguém se dispor a investir. Muito difícil, porque qualquer coisa rende menos do que 3,75%", afirmou o ministro. No entanto, Haddad expressou confiança na retomada dos investimentos, destacando a importância do Marco de Garantias e das reformas microeconômicas. Ele enfatizou a necessidade de atenção a uma agenda microeconômica que, em sua opinião, não tem recebido a devida atenção. O ministro ressaltou ter tido recentemente uma reunião produtiva com o presidente da CVM, JP, sobre medidas para fortalecer os pequenos negócios e facilitar o acesso ao mercado de capitais.
Além disso, Haddad mencionou o acordo apresentado pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA) na CCJ do Senado como um possível passo importante para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Ele ressaltou a necessidade de trazer as provisões de seguro para o país, já que a maioria delas está atualmente fora do Brasil.
O ministro expressou otimismo em relação à eficácia das medidas em curso para impulsionar a economia brasileira e criar um ambiente mais favorável aos investimentos. O desafio, segundo Haddad, está em implementar as reformas necessárias para fortalecer a confiança dos investidores e impulsionar o crescimento sustentável.