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Dados mostram que tempo de espera na fila do INSS reduziu em dezembro

Apesar da melhoria, quantidade de pessoas na fila não registrou mudança desde setembro do ano passado

Apesar das promessas de reduzir a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), garantindo chegar ao limite legal de 45 dias — que é o tempo máximo entre o pedido e a resposta da Previdência para qualquer segurado — o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ainda não conseguiu alcançar a meta. Mas, segundo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, os dados de outubro e novembro, que serão divulgados hoje, mostram uma melhora no tempo de espera.

De acordo com os dados que devem ser divulgados hoje, aos quais o Correio teve acesso antecipado, o tempo de espera que estava em 64 dias em setembro – último dado disponível até hoje—, caiu para 57 dias em outubro, 55 dias em novembro e deve chegar a 49 dias em dezembro. Já a fila de pessoas aguardando por uma resposta do órgão, que estava em cerca 1,6 milhão em setembro, permaneceu praticamente igual.

Stefanutto lembra que esses dados não descontam o tempo usado pelos segurados para o cumprimento de exigências, e diz que se calculado o tempo líquido do INSS, os dados são melhores, caindo a média para 54 dias em outubro e 53 em novembro.

O presidente da autarquia pontua que o objetivo do órgão é levar a média para todos e reconhece que ainda tem segurados recebendo em um prazo muito maior do que o tempo médio.

“A lei quando fala em 45 dias é para todos, a média é ponderada, ela é um cálculo científico, o desafio é colocar todos dentro da média. Mas a média é ruim, porque ela pega gente no Sul do país que espera 10 dias, e gente do Nordeste que ainda espera muito mais”, ponderou Stefanutto.

Para ele é fundamental cumprir a lei que determina o limite máximo de tempo para todos os segurados. “Nós temos clareza que nós temos que chegar a 45 dias em todo o Brasil, o brasileiro do Sul tem que ser atendido no mesmo prazo de um brasileiro do Amazonas”, aponta.

Ele pondera que mais importante do que o número de pessoas na fila é o tempo de resolução dos processos e aponta que os ganhos na agilidade, apesar do crescimento de pedidos, estão acontecendo com utilização do AtesteMed — um sistema em que invés do segurado se submeter à perícia médica ele envia um atestado do seu médico para autorizar benefícios como o auxílio-doença. Stefanutto aposta em ainda mais agilidade no sistema esse mês com a utilização de inteligência artificial.

“Agora em 15 de janeiro nós vamos fazer o primeiro teste de larga escala com a inteligência artificial, isso vai possibilitar ainda mais agilidade para o AtestMed. Eu vou ver se um médico do Amazonas está dando atestado em São Paulo. Isso vai resolver o temor de que usar atestados médicos seria inseguro, como atestados feitos no Photoshop. Essa ferramenta de inteligência artificial vai verificar tudo, do documento, a comportamentos e até fraudes”, destaca o presidente.

Nos últimos dias o ministro Lupi vem sendo muito questionado sobre a promessa de, até o fim de 2023, reduzir a fila do INSS. Também é alvo de críticas em razão da falta de divulgação dos dados que indicam o tempo de espera dos segurados. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou na campanha e na posse, que iria acabar com a espera, chegando a dizer que a fila do INSS era “vergonhosa”.

Cobrado sobre sua promessa de reduzir a espera para 45 dias até o fim do ano passado, agora Lupi fala que a fila é interminável, mas garantiu que quando os dados saírem, os números mostrarão que ele chegou na meta. Pressionado, o ministro resolveu dobrar a aposta prometendo que em 2024 vai reduzir mais ainda a fila de espera e chegar ao prazo de apenas 30 dias. Stefanutto mostra confiança em alcançar a nova meta e diz que a contratação de mais funcionários, o uso da inteligência artificial e a adoção obrigatória do AtestMed vai garantir isso.

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