A companhia aérea Gol obteve, nesta segunda-feira (29), a autorização para receber US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) de financiamento para reestruturar sua dívida, após iniciar na semana passada o processo de recuperação judicial no âmbito da lei de falências dos Estados Unidos.
Segundo confirmou à AFP uma fonte próxima do processo, o valor é referente à primeira parcela dos US$ 950 milhões (cerca de R$ 4,7 bilhões) aprovados "preliminarmente" nesta segunda, na primeira audiência realizada no tribunal de falências do Distrito Sul de Nova York.
Apesar deste avanço, as ações da companhia caíram 33% na bolsa de valores de São Paulo.
A companhia revelou que, ao final de 2023, tinha um endividamento de 20,1 bilhões de reais, conforme detalhou nesta segunda em um informe com dados não auditados.
Fundada em 2001 e com sede no Rio de Janeiro, a Gol Linhas Aéreas avança em um plano de ação supervisionado pela Justiça americana para evitar a falência.
A lei de falências dos Estados Unidos, mais precisamente o seu capítulo 11, permite às empresas reestruturar sua dívida e, ao mesmo tempo, seguir operando.
Com o processo, a companhia busca fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo.
"Estamos satisfeitos com o início bem-sucedido da nossa reestruturação financeira legal", disse o diretor-executivo da Gol, Celso Ferrer, citado em nota.
"A obtenção da autorização do Tribunal dos Estados Unidos para acesso a novos financiamentos permitirá à GOL continuar operando normalmente, conforme prevíamos", acrescentou.
O caso da companhia brasileira é o último entre várias linhas aéreas que recorreram à lei de falência americana por problemas financeiros devido à pandemia.
Antes da Gol, recorreram a este mecanismo Latam e Avianca, que pertence ao Grupo Abra, também dono da Gol.
Com o acesso imediato aos US$ 350 milhões autorizados, a Gol poderá honrar "todos os compromissos" com seus parceiros e fornecedores a partir do início do processo de recuperação judicial, além do pagamento de salários, indicou a empresa em comunicado.
A aprovação final para ter acesso ao financiamento integral se dará em uma audiência prevista "nas próximas semanas".
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