O relatório Desigualdade S.A. - Como o poder corporativo divide nosso mundo e a necessidade de uma nova era de ação pública divulgado pela Oxfam no âmbito do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça, mostra que profundas desigualdades econômicas ainda impõem a condição de inferioridade à mulher, na comparação com os homens.
A organização internacional, que reúne entidades que trabalham no combate à pobreza e à desigualdade no mundo, aponta, por exemplo, que as mulheres ainda ganham 51 centavos para cada dólar da remuneração masculina. "Em termos globais, os homens possuem 105 trilhões de dólares em patrimônio a mais do que as mulheres - a diferença é equivalente a mais de quatro vezes a economia dos Estados Unidos", observa um dos trechos do documento.
Outro dado exposto no relatório denuncia que mais de três quartos do trabalho de cuidado não remunerado em todo o mundo estão a cargo de mulheres. O montante representa três vezes o tamanho da indústria global de tecnologia.
As mulheres também são maioria nos empregos mais mal pagos e precários no mundo. "Os baixos salários fazem com que muitos trabalhadores enfrentem longas jornadas e fiquem presos à pobreza, enquanto as persistentes disparidades salariais entre homens e mulheres e as pesadas cargas de cuidado não remunerado refletem uma economia global que se baseia na exploração sistemática das mulheres", destaca trecho do documento.
O relatório sugere que as empresas coloquem em prática regras que ajudem as mulheres e garantam que todos sejam tratados de forma justa, o que inclui dividir melhor o trabalho não remunerado, como cuidar da casa e dos filhos.
O documento da Oxfam foi compartilhado na página da internet do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, que este ano está sob a presidência do Brasil. O G20 acaba de criar o Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres, que tem como prioridade o combate à desigualdade de gênero.
"A pauta da igualdade de direitos entre homens e mulheres é crucial para nós", disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, coordenadora do GT.
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