Combustíveis

Petrobras retoma obra da refinaria Abreu e Lima e projeta aumento de produção

Projeção é de 260 mil barris de petróleo por dia até 2028. Petroleira defende que projeto é "robusto, viável e tem retorno garantido"

A Petrobrás estima a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos com a refinaria. 

 -  (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
A Petrobrás estima a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos com a refinaria. - (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Em coletiva na tarde desta quarta-feira (17/01), a Petrobras anunciou a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Ipojuca, Pernambuco. Com isso, a estatal deve aumentar em 40% a produção de diesel no país.
Mariana Cavassin, gerente executiva de projetos de Desenvolvimento da Produção, afirmou que a medida é “robusta, viável e tem retorno garantido”.

“A Rnest vai ampliar capacidade de 100 mil barris por dia para 260 mil barris por dia de processamento. O projeto está dividido em três grandes etapas: a primeira etapa já em execução, entra em operação ainda em 2024, que é a Snox, onde vai converter o óxido de enxofre e óxido de nitrogênio em produtos comerciais”.

O investimento no Projeto RNEST está previsto no Plano Estratégico 2024-28+ da Petrobras e faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A segunda etapa que deve entrar em operação em 2025 é a ampliação da produção do Trem 1 (Revamp), que proporcionará aumento de carga, melhor escoamento de produtos leves e maior capacidade de processamento de petróleo do pré-sal.

“Vai permitir que a gente aumente a capacidade para 130 mil barris, até 2025 vamos ter ampliado em 30% a capacidade de processamento da refinaria”, diz a gerente. Já em fase de contratação, a construção do Trem 2 da refinaria pernambucana tem data para finalização em 2028, quando ela passará a ter capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia. As obras do Trem 2 estão previstas para o segundo semestre de 2024 e a conclusão prevista para 2028”, diz. 

“Com essa obra vamos acrescentar 13 milhões de litros por dia e contribuir para a eficiência do país em diesel”, estimou Cavassin, destacando que o projeto passou por processo rigoroso de reavaliação e detalhamento econômico. “Avaliamos o projeto em todos os cenários econômicos que a Petrobras tem na sua carteira. Avaliamos cada uma das etapas separadas e em conjunto para garantir que o projeto é robusto, é viável economicamente e tem retorno garantido para a empresa e para a sociedade”, concluiu, informando que a Petrobras gastou até agora UU$ 18 bilhões no projeto.

A Petrobrás estima ainda a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos. 

A cerimônia de retomada de investimentos ocorrerá nesta quinta-feira (18/1), em Pernambuco com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, além de representantes da Casa Civil, do Ministério de Minas e Energia (MME) e outras autoridades.

Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, os investimentos da Petrobras em refino, a exemplo da retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), poderão contribuir, de forma rentável, para tornar o país autossuficiente na produção de combustíveis, reduzindo a demanda por importação. “Considerando todos os projetos previstos de adequação e o aprimoramento do parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, a Petrobras estima um aumento de produção de diesel da ordem de 40% nos próximos anos”, adiantou.

Nos próximos cinco anos, a Petrobras vai investir US$ 17 bilhões em projetos de refino, transporte e comercialização no Brasil para ampliar sua capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono.

Obra causou polêmica no passado

A obra polêmica é a mesma que constou na sentença de Lula assinada pelo então juiz federal Sergio Moro, no âmbito da operação Lava Jato, onde o petista foi acusado de ter assumido vantagem indevida pela empreiteira OAS. Lula sempre negou as acusações.

Com um custo inicial de R$ 7,5 bilhões, as obras do empreendimento - tocadas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - consumiram quase R$ 60 bilhões. A obra foi alvo ainda de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Tribunal de Contas da União (TCU).


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postado em 17/01/2024 18:19 / atualizado em 17/01/2024 18:24
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