Os servidores do Banco Central farão nesta quinta-feira, 11, uma greve de 24 horas, pela qual preveem um possível "apagão" nos serviços do BC. "Antecipa-se que essa ação pode resultar em interrupções operacionais, um verdadeiro 'apagão', em todos os serviços do Banco Central do Brasil. Isso impactará negativamente o atendimento ao mercado e ao público, incluindo cancelamento de reuniões, manutenção em sistemas e atraso na divulgação de informações", afirmou em nota o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), confirmando o movimento que foi aprovado em assembleia geral no dia 28 de dezembro.
A estimativa de dirigentes do Sinal é de que mais de 70% dos servidores irão aderir à paralisação. "A decisão de realizar a greve decorre da insatisfação dos servidores em relação ao tratamento dispensado às suas demandas, em meio a concessões assimétricas oferecidas a outras categorias típicas de Estado", disse a entidade, segundo quem, adicionalmente, foi iniciado o processo de entrega de funções comissionadas. "Os servidores assumindo essas funções comprometem-se a entregá-las caso as negociações com o governo não avancem, com a entrega efetiva prevista para a primeira quinzena de fevereiro", afirmou.
As operações compromissadas e a rolagem de swap cambial estão mantidas, conforme comunicados publicados na noite desta quarta-feira.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), para a categoria, o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) tem tratado a pauta de reivindicações dos funcionários com "descaso". Ao mesmo tempo, alegam os trabalhadores do BC, a Pasta tem feito concessões assimétricas a outras categorias, citando especificamente os policiais federais e auditores da Receita Federal.
Na nota divulgada nesta quarta-feira, 10, o Sinal ainda cita uma "preocupação" com a "falta de diálogo" e o "alegado açodamento autoritário" do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na abordagem de questões como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência da autarquia.
O presidente do BC não está em Brasília e, desde segunda-feira, 8, despacha de Miami (EUA), de onde participa da reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS). Amanhã, o diretor de Administração, Rodrigo Alves Teixeira, responsável pelo diálogo com os servidores, estará na capital federal. Sua agenda prevê apenas despachos internos.
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