Sistema financeiro

Campos Neto diz que BC vai avançar na monetização de dados financeiros

O presidente do Banco Central afirmou o objetivo é que o próprio cliente consiga monetizar seus dados. "Hoje a gente produz muitos dados e quem ganha dinheiro com os nossos dados são as empresas", disse em evento no Correio

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (19/12) que a autoridade monetária deve avançar na inteligência artificial e oferecer soluções para a monetização de dados financeiros pelo próprio cliente. “Hoje a gente produz muitos dados e quem ganha dinheiro com os nossos dados são as empresas, a gente não consegue monetizar os nossos próprios dados”, disse durante o evento CB Debate - Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado.

“Uma das coisas é fazer com que esses marketplaces consigam gerar carteiras digitais onde você acumule todos os seus dados e depois com uma organização possa trocar os seus dados por token e ganhar dinheiro com os seus próprios dados, obviamente se você quiser, com muita privacidade e proteção”, emendou.

Campos Neto afirmou que a agenda tecnológica do banco deve promover uma “junção” de quatro blocos: o Pix, o Drex, o Open Finance e a internacionalização da moeda. Segundo ele, um dos desafios enfrentados é a falta de governança para a universalização dos meios de pagamento.

"Um debate importante que tivemos por muito tempo foi a criação de uma moeda única, grande parte da vantagem era ter facilidade com o comércio internacional. O caminho que a gente vê é o mundo se conectar por meios de pagamentos” afirmou, ao dizer que está trabalhando a questão da taxonomia com presidentes de bancos centrais do G20 - grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia.

Na ocasião, o chefe da autoridade monetária falou ainda sobre as perspectivas econômicas para o próximo ano e voltou a chamar atenção para a questão fiscal em todo o mundo. “Mesmo no Brasil com um novo arcabouço e uma situação fiscal em termos de trajetória de dívida um pouco melhor, precisamos de um crescimento econômico que gera eficiência, vindo do mundo privado. Fazer dívida para crescer não é um cenário que traz boas perspectivas”, disse.

 

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