O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Segundo os dados, divulgados nesta terça-feira (5/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a terceira taxa positiva seguida. O desempenho estável superou as projeções da maioria dos analistas de mercado, que esperavam uma queda de 0,3% da atividade econômica.
Com o resultado, a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está novamente no maior patamar da série histórica e opera 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019. Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta foi de 2%.
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Em valores correntes, foram gerados R$ 2,741 trilhões no terceiro trimestre. De janeiro a setembro, o PIB acumulou alta de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Sob a ótica da produção, dois dos três grandes setores econômicos avançaram no trimestre: a indústria e o setor de serviços, ambos com alta de 0,6%. Das sete atividades analisadas no setor de serviços, que representam cerca de 67% da economia, seis ficaram no campo positivo.
Os maiores destaques são as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), especialmente na parte ligada aos seguros, e as imobiliárias (1,3%), com o aumento no número dos domicílios. A categoria de transporte, armazenagem e correio foi a única que ficou no campo negativo, com um recuo de 0,9%. A queda vem após oito trimestres de altas e está relacionada ao transporte de passageiros.
Já entre as atividades industriais, o único crescimento foi registrado pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), influenciado pelo crescimento no consumo de energia. As indústrias extrativas e de de transformação ficaram estáveis, ambas com variação de 0,1%. A única atividade industrial a cair no trimestre foi a construção, que recuou 3,6%.
Após cinco trimestres com taxas positivas, a agropecuária registrou queda de 3,3%. O setor atingiu o seu maior patamar no trimestre passado e neste há a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, que é concentrada no primeiro semestre.
“Há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Consumo das famílias
Na ótica da demanda, a despesa de consumo das famílias aumentou 1,1%, enquanto a do governo avançou 0,5%. “O crescimento do consumo das famílias é explicado por alguns fatores, como os programas governamentais de transferência de renda, a continuação da melhora do mercado de trabalho, a inflação mais baixa e o crescimento do crédito. Por outro lado, apesar de começarem a diminuir, os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas. Houve também a queda no consumo de bens duráveis”, explicou a pesquisadora.
Houve ainda uma queda de 2,5% nos investimentos frente ao segundo trimestre, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo. Essa foi a quarta queda consecutiva deste indicador que, de acordo com Palis, é um reflexo da política monetária contracionista. “Isso explica a queda na construção e também na produção e importação de bens de capital. Todos os componentes que mais pesam nos investimentos caíram neste trimestre”, ponderou.
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