Conjuntura

Investimento direto no país tem queda de 43% em outubro, aponta BC

A autoridade monetária projeta um saldo de US$ 65 bilhões em investimentos diretos para a conta neste ano

Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 3,306 bilhões em outubro, uma redução de 43% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o montante havia sido de US$ 5,826 bilhões. Os dados são do Relatório de Estatísticas do Setor Externo, divulgado nesta segunda-feira (04/11) pelo Banco Central.

No ano acumulado do ano, o fluxo de IDP ficou em US$ 44,937 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 57, 522 bilhões, o que representa 2,74% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a queda se deu após um patamar mais alto pós-pandemia. “Tivemos uma base de comparação mais elevada, pois 2021 e 2022 registramos um volume mais alto devido a recuperação de 2022, que foi o ano da pandemia. Podemos interpretar como uma redução em comparação com os patamares do ano passado, que eram de recuperação. Mesmo com a redução, os valores são bastante maiores que os valores do déficit em transações correntes”, disse, em coletiva de imprensa.

Apesar do resultado, Rocha afirmou que a autoridade monetária projeta um ingresso maior de recursos no último trimestre do ano. Atualmente, a perspectiva da instituição é de um saldo de US$ 65 bilhões para a conta neste ano.

Em outubro, as contas externas do Brasil tiveram deficit de US$ 230 milhões, menor saldo negativo desde 2006. O saldo negativo é 96% menor do que comparado ao mesmo mês do ano passado. De acordo com o BC, a diminuição foi potencializada pela balança comercial, que somou US$ 7,4 bilhões em outubro e diminuiu o defcit em US$ 5,4 bilhões em comparação com o mesmo mês de 2022.

Aumento de exportações

Para o chefe do departamento de estatísticas, o relatório mostra uma situação externa “bastante confortável”. “O Brasil tem fortalecido sua posição externa mediante as reduções de deficit das transações correntes, que vem sendo causada pelo superavit da balança comercial”, comentou Rocha.

No período, as exportações de bens totalizaram US$29,7 bilhões, aumento de 7,6% na comparação interanual. Já as importações recuaram 12,7%, na mesma base de comparação, totalizando US$22,3 bilhões.

O deficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em outubro somou US$ 34,0 bilhões, o que representa 1,62% do PIB. O saldo negativo era de US$ 39,6 bilhões em setembro e de US$ 56,7 bilhões no mesmo mês de 2022.

 

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