O Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal) aprovou, em assembleia geral realizada na noite desta quinta-feira (28/12), uma greve com duração de 24 horas para o próximo dia 11 de janeiro. Em nota, a categoria afirmou que a decisão é uma resposta ao que chamaram de ‘descaso’ por parte do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ao não prosseguir com as negociações em relação às reivindicações dos servidores do Bacen.
Além disso, o Sinal criticou o fato de que as mudanças aprovadas na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2024, além do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), tenham beneficiado outras categorias, como a dos auditores fiscais da Receita Federal e a Polícia Federal, e deixado de lado os servidores do Banco Central.
“Diante do tratamento desigual, o corpo funcional do Banco Central decidiu por uma greve de 24 horas, buscando provocar um forte 'apagão' em todos os serviços do órgão, afetando o atendimento ao mercado e ao público (cancelamento de reuniões, manutenção em sistemas, atraso na divulgação de informações etc.)”, anunciou, em nota, a entidade.
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Os principais pleitos apresentados pela categoria são o reajuste nas tabelas remuneratórias (atualmente, a defasagem salarial dos servidores do Bacen está entre 35% a 40%), a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional, a exigência de nível superior para o cargo de técnico, além da mudança do nome do cargo de analista para auditor, como explica o presidente do Sinal, Fábio Faiad.
“A mudança do nome de analista para auditor é porque o auditor reflete o que a nossa categoria faz. Então o nome analista reflete um desprestígio, reflete um tipo de atividade que está aquém do que o servidor do Banco Central faz, então a mudança do nome serve para reposicioná-lo, e para evitar comparações que não têm nada a ver com a complexidade do trabalho do Banco Central”, disse Faiad.
Apesar de ser uma greve quase geral, o sindicato destacou a importância do Bacen para a estabilidade econômica do país e a responsabilidade do governo em considerar equitativamente todas as carreiras estratégicas. “Vamos tomar cuidado para evitar prejuízos para o povo e para a sociedade. A grande questão aqui é atacar os interesses dos grandes bancos e do sistema financeiro”, disse, ainda, o presidente do Sinal.
Procurado pelo Correio, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ainda não se pronunciou sobre o assunto.
*Estagiário sob a supervisão de Mariana Niederauer
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