Mercado Financeiro

Ibovespa fecha 2023 com alta acumulada de 22%; especialistas avaliam

Avaliação dos analistas é de que o mercado teve uma melhora no desempenho diante do fim das incertezas sobre a política econômica que seria adotada pelo novo governo Lula

Esta é a melhor performance desde 2019, quando o índice teve alta acumulada de 31,58% -  (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo)
Esta é a melhor performance desde 2019, quando o índice teve alta acumulada de 31,58% - (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo)
postado em 28/12/2023 20:33

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o ano nesta quinta-feira (28/12) com ganho de mais de 22%. No último pregão de 2023, o índice fechou estável com variação de 0,01%, mas foi suficiente para atingir 134.209 pontos, a maior pontuação em termos nominais (descontada a inflação) já observada na história do indicador. Esta é a melhor performance desde 2019, quando o índice teve alta acumulada de 31,58%.

O dólar terminou o ano em queda sobre o real. No acumulado de 2023, a moeda norte-americana caiu 8,06%, encerrando a última sessão em R$ 4,85, se afastando da máxima histórica de R$ 5,45 em janeiro.

A avaliação dos analistas é de que o mercado teve uma melhora no desempenho diante do fim das das incertezas sobre a política econômica que seria adotada pelo novo governo Lula, que marcaram o início do ano. “As medidas econômicas com certeza tem parte nisso. A aprovação do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária foram importantes para a reversão deste cenário”, destacou Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Mirae Asset.

Segundo Enrico Cozzolino, analista da Levante Ideias de Investimentos, uma leitura que pode ser feita em relação às novas máximas que o Ibovespa registrou é um ajuste do fundamento do preço. “Tivemos um ano bastante conturbado, onde a bolsa de 95 mil a 100 mil pontos estava realmente de graça. Tivemos então um ajuste que veio de repente, exclusivamente nos meses de novembro e dezembro, uma alta de um ano que não aconteceu”, analisou.

Apesar disso, Cozzolino afirmou que o fim de ano surpreendeu bastante e fez com que o índice fechasse bem melhor que o esperado. “Se a gente dividisse por todos os meses na renda variável, não seria nenhum espanto, mas esse movimento de rally é o que tem causado bastante interesse e dúvida para os investidores em um curto prazo, olhando para uma bolsa que com um valor justo, acima dos 130 mil pontos”, disse.

O analista disse ainda que há algumas incertezas no radar dos investidores no próximo ano. “Para 2024 temos bastante coisa em aberto, tanto para o lado de crescimento com um ambiente sustentável de PIB (Produto Interno Bruto), as questões da reforma tributária, de déficit fiscal, são todos fatores muito importantes que trazem uma relação de risco-retorno para investimento talvez não tão favorável.”

Para Mônica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP, a perspectiva para o Ibovespa é positiva tendo em vista as perspectivas para a continuidade da redução da taxa de juros e de suas consequências para a atividade econômica no médio e no longo prazo. “Além disso, estamos com um cenário internacional que pode contribuir positivamente para essa perspectiva, dado que a fase mais restritiva das condições financeiras implementadas pelos Bancos Centrais para redução dos índices de inflação parece ter ficado para trás”, avaliou.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->