O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), renovou máxima histórica, nesta quarta-feira (27/12), e fechou acima dos 134 mil pontos. Emendando o 4º pregão consecutivo de alta, a B3 encerrou o penúltimo dia de negociações do ano com avanço de 0,49%, aos 134.194 pontos, com os investidores à espera das medidas alternativas elaboradas pelo governo para compensar a desoneração da folha de pagamento.
O resultado representa alta de 4,87% no mês e de 21,69% no ano. Já o dólar, por sua vez, fechou em baixa de 0,79%, cotado a R$ 4,8220 para a venda -- menor valor desde 2 de agosto. A moeda norte-americana ainda acumula alta de 1,90% no mês e de 8,64% no ano.
- Ibovespa tem novo recorde, aos 133.532,92 pontos, com alta de commodities
- Haddad anunciará medidas para diminuir saldo negativo em 2024
- Petrobras paga hoje últimos dividendos do ano; veja quem tem direito
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que anunciará o pacote fiscal, nesta quinta-feira (28/12), e as medidas serão encaminhadas para votação dos parlamentares em seguida. A estimativa da pasta é de que o benefício tributário pode chegar a até R$ 25 bilhões em 2024.
Segundo o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus Netto, “a aprovação das pautas do governo que visam aumentar a arrecadação e se aproximar da meta de déficit zero, tem sua contribuição”. Ele afirma que o mercado também aguarda algumas divulgações importantes nesta semana, com destaque para dados de inflação e emprego no Brasil e da atividade econômica nos Estados Unidos.
“O desempenho acompanha também o cenário externo adverso se desanuviando, com o Fed (Federal Reserve, Banco Central americano) sinalizando a antecipação do ciclo de cortes de juro, aumentando a demanda global por ativos de risco. O mesmo ocorreu no Brasil, com o BC aumentando a demanda por bolsa. Juro mais baixo, aquecendo a demanda, melhorando a perspectiva de melhoria nos resultados das empresas”, diz Netto.
Uma das influências para a alta foi o último Boletim Focus do Banco Central de 2024, com expectativa de redução da inflação em 2023 e 2024, assim como para o preço do dólar. Os ativos de renda variável viveram uma virada de chave a partir de outubro. A queda dos juros começou a tirar a atratividade da renda fixa, que havia alcançado número de investidores recordes no início do ano. Com a taxa básica de juros (Selic) a 11,75% ao ano e perspectiva de mais quedas nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores começaram a antecipar esse movimento e a investir mais na Bolsa.
Ainda hoje, a Petrobras pagou a terceira parcela de dividendos referente ao exercício de 2022, com valor bruto correspondente a R$ 0,56 por ação ordinária e preferencial. O analista da Ouro Preto, Sidney Lima, também destaca que a renovação de recordes da bolsa segue em linha com a mudança de percepção de risco no mercado brasileiro, juntamente com as expectativas de cortes antecipados de juros por parte do Fed.
“A mudança de posicionamento dos dirigentes do banco central norte-americano, aliada a indicadores que demonstram um certo controle inflacionário tanto nos EUA quanto no Brasil, tem feito com que o grande investidor esteja mais disposto a assumir mais riscos em busca de uma melhor rentabilidade. Por aqui, a promulgação da reforma tributária, a aprovação do orçamento de 2024, bem como a diminuição dos temores fiscais, fizeram com que o sentimento positivo continuasse ditando o ritmo do mercado e impulsionando a renovação dos recorde”, avalia.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br