CB. Debate

Estado ausente é o grande problema da Amazônia, diz presidente do Ibama

Rodrigo Agostinho participou, nesta terça-feira (19/12), do CB. Debate Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado. Ele disse que a prioridade, agora, é direcionar a fiscalização para as cidades que mais desmatam a floresta

 Correio Braziliense apresenta o evento Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado, com mediação do correspondente Vicente Nunes e a colunista Denise Rothenburg. No debate: o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Correio Braziliense apresenta o evento Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado, com mediação do correspondente Vicente Nunes e a colunista Denise Rothenburg. No debate: o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
postado em 19/12/2023 21:16

Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), tem várias missões no cargo, mas destacou que um dos principais desafios do órgão é deter o desmatamento e a degradação da Floresta Amazônica. Agostinho participou do CB Debate Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado, do Correio, nesta terça-feira (19/12), na sede do jornal, em Brasília. Os efeitos das mudanças climáticas e o pedido da Petrobras para explorar petróleo em alto-mar na bacia da Foz do Amazonas também foram abordados pelo presidente do Ibama.

 

 

De acordo com Rodrigo Agostinho, o Ibama tem, atualmente, um quadro de servidores insuficiente para desempenhar todas as funções do instituto, do licenciamento ambiental à fiscalização. “O Ibama é uma instituição que tem 35 anos, chegou a ter 6,2 mil servidores, tem 2,5 mil servidores hoje, e vai aposentar 1 mil nos próximos três anos. É um quadro bastante envelhecido”. Apesar de ter assumido um órgão com escassez de mão de obra, Agostinho citou as principais medidas que o Ibama precisou tomar para reduzir o desmatamento na Amazônia neste ano. Segundo ele, a presença do Estado é fundamental no combate à destruição ambiental.

“A gente pegou os 17 municípios que concentravam 50% do desmatamento e colocou uma presença física nesses municípios. Botei fiscal do Ibama tomando café na padaria dessas cidades. Todo dia (tinha fiscal) parado no posto, visitando fazendas, indo atrás do desmatamento e mostrando que a gente estava lá. A gente precisa deixar claro que está presente no território. Um dos grandes problemas da Amazônia é a ausência do Estado”.

Outra medida citada por Agostinho no combate ao desmatamento foi o embargo de fazendas flagradas com desmatamento ilegal. Embargadas, as terras foram alvo de apreensão de gado e soja, e os responsáveis foram multados. “Nós fomos muito duros, fizemos apreensão de gado, fizemos apreensão de soja, aplicamos quase 16 mil multas, quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em multas foram aplicadas pelo Ibama este ano”.

O combate à extração ilegal de madeira e a retomada da fiscalização da pesca e da caça ilegais também foram ações trabalhadas pelo Ibama. De acordo com Rodrigo Agostinho, não é possível ser tolerante com a exploração de madeira. “Nós descobrimos dentro do sistema do Ibama, que é um dos sistemas mais importantes de rastreabilidade do mundo, 100 mil caminhões de madeira ilegal, quase 3 milhões de metros cúbicos (m³) de madeira. Não dá para a gente continuar com esse tipo de tolerância com madeira ilegal”

*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Doria 

 

 

 

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