CB Debate

Para Armínio Fraga, o Brasil está "brincando com fogo" na política fiscal

Na palestra magna do 'CB Debate Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado', o ex-presidente do Banco Central apontou que especialistas não acreditam no cumprimento da meta de zerar o déficit em 2024 pelo governo não saber lidar com gastos

Fraga destacou a descrença, por parte dos especialistas, de que o governo consiga cumprir a meta de zerar o déficit público em 2024, conforme consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada nesta terça pelo Congresso Nacional -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Fraga destacou a descrença, por parte dos especialistas, de que o governo consiga cumprir a meta de zerar o déficit público em 2024, conforme consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada nesta terça pelo Congresso Nacional - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
postado em 19/12/2023 18:28

Ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga avaliou, nesta terça-feira (19/12), que os sinais dados pelo governo no campo macroeconômico “não são muito bons”. Na palestra magna do CB Debate Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado, Fraga apontou que o governo precisa deixar claro que o o programa de desenvolvimento inclui o controle de gastos.

“Do lado macroeconômico os sinais não são bons. Estamos brincando com fogo. O governo não está seguindo a receita maquiavel de fazer primeiro as coisas mais difíceis. Esse é um tremendo desafio”, disse, ao fazer menção ao tema do evento.


Durante a palestra, Fraga, que é sócio fundador da Gávea Investimentos, destacou a descrença, por parte dos especialistas, de que o governo consiga cumprir a meta de zerar o déficit público em 2024, conforme consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada nesta terça-feira pelo Congresso Nacional.

“Há um grande ceticismo da parte dos especialistas em relação ao governo cumprir a meta”, afirmou. “Isso tem a ver com a recusa do atual governo em lidar com as questões do gasto público”, completou.

Ao lembrar que a meta diz respeito ao resultado primário, o economista ressaltou o alto volume de recursos gastos com o pagamento dos juros da dívida. A situação se agrava, segundo Fraga, pela má qualidade do gasto público. “Não falo apenas naquilo que afeta o endividamento público, mas também na falta de prioridade do gasto público brasileiro. (O gasto) precisava passar por um repensar muito grande, muito maior do que a necessidade de gerar um superávit primário para trazer um pouco de paz para a nossa economia”.

Ele salientou, por outro lado, que “se essa grande questão for encarada de forma completa, incluindo as questões fiscais, isso pode trazer um círculo virtuoso”.

O evento promovido pelo Correio ocorre durante esta tarde, com transmissão ao vivo pelo YouTube e Facebook do jornal. Nomes relevantes do setor público e privado debatem as perspectivas para o próximo ano em relação à economia, ao desenvolvimento social e ao meio ambiente.

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