A Agência de Classificação de risco S&P Global Ratings aumentou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB - o que indica maior estabilidade para o cenário de risco a curto prazo. A alteração foi divulgada nesta terça-feira (19). Em nota, a agência destaca a aprovação da reforma tributária como fator positivo.
Em junho deste ano, a S&P tinha mantido a nota de crédito do Brasil em BB-, mas já tinha mudado a expectativa para positiva. Agora, decide que fatores internos e externos favoreceram a economia.
"A perspectiva estável reflete nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo", informou o texto da agência.
De acordo com a agência, o Brasil passa por um momento de boa estrutura institucional, garantida pelos Três Poderes, que criam cenário estável na economia. No entanto, alerta que ainda prevalece um cenário de incertezas fiscais e econômicas.
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"Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados", completa o texto.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, avaliou a mudança de rating do Brasil pela S&P como “bem positiva em termos de mercado financeiro e de investimentos”. “Vários fundos de pensões internacionais têm na sua regulamentação interna a limitação de só colocar recursos em países com grau de investimento. O Brasil ainda não recuperou o grau de investimento, ainda falta subir mais dois níveis. Mas de qualquer maneira, é um movimento na direção correta”, afirmou.
Cruz lembrou que uma das condições para que o país recuperasse o grau de investimento é a aprovação das reformas estruturais. “Eles tinham colocado que as reformas eram essenciais. Ainda entendo que para voltar a ter grau de investimento, teria está gerando superávits primários (economia para o pagamento da dívida pública), estabilizando o crescimento da dívida. E isso não parece que vai ocorrer nos próximos três anos”, pontuou.
O economista lembrou que, infelizmente, a perspectiva atual é de aumento do deficit das contas públicas e não de melhora. “Mas, de qualquer forma, a questão da agenda econômica avança bastante desde o governo Michel Temer e isso traz consequências positivas como essas”, explicou.
O economista ressaltou ainda que a melhora do rating do país ajuda as empresas brasileiras a captarem empréstimos mais baratos no exterior. “Quanto mais baixa a nota de um país, mais arriscada é considerada a empresa, por mais que ela seja extremamente sólida, mas, por estar sediada no Brasil, e o Brasil estar com nota ainda baixa, acaba prejudicando. Logo, esse tipo de melhora no rating é super bem-vindo”, completou.
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