O Consórcio Amazônia Legal, formado pelos nove estados amazônicos brasileiros, tem ressaltado a importância da colaboração entre os países da América Latina na 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. O objetivo da união latinoamericana é a construção de uma pauta econômica e climática, chamada de agenda da natureza.
No pavilhão do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, na COP28 em Dubai, nesta quinta-feira (7/12), o engenheiro de alimentos e diretor executivo do Consórcio Amazônia Legal, Marcello Brito, argumentou que a COP30 trará oportunidades e responsabilidades para o Brasil.
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"No campo das responsabilidades, há uma que é do Brasil e que temos que fazer com rapidez e agilidade: acabar com o desmatamento. A primeira responsabilidade é que nossas leis sejam colocadas em prática, o que isso significa? Não pode haver mais desmatamento ilegal na Amazônia. Esse processo ilegal que vem ocorrendo nos últimos anos, nós temos que acabar com ele. Acabar com isso. Já existem áreas degradadas suficientes para que possamos transformá-las em agricultura, bioeconomia, silvicultura, sistemas de integração lavoura-pecuária e muitos outros. Essa é uma responsabilidade do Brasil", argumentou Marcello.
O engenheiro pontua que, se houver inteligência estratégica e política nesses próximos dois anos, até a COP30, será possível consolidar uma agenda financeira e climática para os próximos 10. "Quando falamos de restauração florestal, falamos da indústria química, da indústria farmacêutica, por meio de ativos de bioeconomia. Toda a América Latina é rica em minerais, diz-se por aí... mas isso tem um problema de sustentabilidade. Sim, é verdade. Mas não se trata de bloquear a mineração, mas sim do tipo de mineração que temos de fazer. Para fazer a transição clima-energia, não há como fazer isso sem mineração", explica.
"Essa é outra oportunidade que se abre, para baterias e assim por diante. E, finalmente, uma grande oportunidade para os países é a produção de hidrogênio, por meio de uma matriz energética limpa, que é uma característica dos países amazônicos e sul-americanos. Há uma série de oportunidades e eu poderia citar várias outras. O que precisamos é de uma colaboração pré-competitiva entre os países da região para que isso aconteça", acrescenta Marcello.
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