ENERGIA

Descarbonização do setor até 2050 custará cerca de R$ 40 bilhões, aponta CNI

Segundo pesquisa, o valor de R$ 40 bilhões poderá ser ainda maior, já que alguns setores não consideraram no cálculo os valores de investimentos indiretos para aumentar a oferta de energia renovável e alternativas

Indústria brasileira precisa investir R$ 40 bilhões até 2050 para descarbonizar a própria produção -  (crédito: Fei Li)
Indústria brasileira precisa investir R$ 40 bilhões até 2050 para descarbonizar a própria produção - (crédito: Fei Li)
postado em 04/12/2023 14:43

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a indústria brasileira precisa investir R$ 40 bilhões até 2050 para descarbonizar sua produção. O dado consta do levantamento “Oportunidades e riscos da descarbonização da indústria brasileira – roteiro para uma estratégia nacional”.

O custo de cerca de R$ 40 bilhões foi obtido a partir da revisão de estudos feitos nos últimos anos no Brasil e a partir de consultas a especialistas de cada segmento industrial. A CNI, no entanto, ressalta que alguns setores não consideraram no cálculo os valores de investimentos indiretos para aumentar a oferta de energia renovável e alternativas, como portos, estradas e telecomunicações. Assim, o valor de R$ 40 bilhões poderá ser ainda maior.

“Com as condições adequadas, a indústria brasileira pode se tornar um ator significativo na economia global de baixo carbono. Para tanto, são necessárias condições econômicas e políticas claras e estáveis para que possamos atrair investimentos e impulsionar inovação em tecnologias”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Mercado de Carbono

O governo federal anunciou, em setembro deste ano, a revisão da meta climática brasileira. O país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 48% até 2025 e em 53% até 2030, retomando a ambição apresentada em 2015, no Acordo de Paris.

Segundo o levantamento da CNI, a maior parte dos setores estudados tem potencial de mitigação de emissões de GEE nos médio e longo prazos, com destaque para cimento, siderurgia, alumínio e florestas
plantadas. Por exemplo, os setores de cimento e siderúrgico, maiores consumidores de energia nos processos produtivos, podem reduzir 499 milhões de toneladas de CO² até 2050.

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