A Confederação Nacional de Transportes (CNT) apresentou, nesta quarta-feira (29/11), os resultados de um levantamento que analisou 11.502 km da malha rodoviária brasileira, destacando tanto as condições críticas quanto as áreas com bom desempenho. A 26ª edição da Pesquisa de Rodovias analisou a atual condição da infraestrutura rodoviária no Brasil com critérios como pavimento, sinalização, visibilidade, acostamento, pontes, entre outros.
A prioridade, segundo a CNT, deve ser dada à resolução dos pontos críticos, evidenciando a necessidade de investimentos para melhorar a qualidade das rodovias. Atualmente, 67,5% da malha pavimentada é considerada regular, ruim ou péssima, indicando a urgência de ações emergenciais para manutenção, que demanda um investimento estimado em R$ 94 bilhões.
A rodovia AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara, ambas no Amazonas, foi identificada como a pior do país, enquanto a RJ-124, no Rio de Janeiro, que conecta Rio Bonito a São Pedro da Aldeia, foi reconhecida como a melhor.
Os pontos críticos identificados no levantamento abrangem desde quedas de barreiras até pontes estreitas, representando problemas na segurança e fluidez do tráfego. A reconstrução de 628 km de rodovias e a restauração de quase 40 mil km são apontadas como necessidades imediatas.
O transporte rodoviário é responsável por movimentar 65% das cargas e 95% dos passageiros no país. A pesquisa estima que houve, em 2023, um aumento de 32,7% nos custos operacionais do transporte rodoviário de cargas devido à má conservação das rodovias.
A falta de qualidade na pavimentação impacta diretamente no preço do frete e, consequentemente, nos produtos para o consumidor final. Além de resultar em um consumo desnecessário de litros de diesel no ano, custando mais de R$ 19 milhões aos transportadores e gerando emissões de gases poluentes.
Distrito Federal
A situação não é diferente no Distrito Federal, com 54,4% da malha pavimentada apresentando problemas. O investimento necessário para reconstrução, restauração e manutenção na região é estimado em R$ 477 milhões.
Além disso, a falta de acostamento em 33,3% dos trechos avaliados e a ausência de sinalização em 40% dos trechos com curvas perigosas acentuam as dificuldades enfrentadas pelos usuários dessas vias. Os prejuízos gerados por acidentes atingiram R$ 164 milhões em 2022.
A situação das rodovias afeta a mobilidade, mas também tem implicações econômicas e ambientais diretas na falta de qualidade da infraestrutura rodoviária. O governo federal autorizou R$ 35 milhões para a infraestrutura rodoviária no Distrito Federal em 2023, mas nenhum valor foi investido até setembro.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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