Lisboa — Médico há 20 anos, Thiago Oliveira decidiu sair detrás da mesa de atendimento aos pacientes para enfrentar um problema crônico na saúde: o diagnóstico tardio de doenças cardiovasculares e oncológicas, que, na maioria das vezes, leva à morte. Em 2020, ele fundou a startup Arvorah, com sede em Brasília, em que a tecnologia é usada para salvar vidas. “Criamos um sistema que foca no cuidado das pessoas, ou seja, na atenção primária”, explica ele, que participou da edição deste ano da Web Summit.
Pelo modelo desenvolvido por Oliveira, os dados dos pacientes são cruzados de forma que se possa prevenir uma série de enfermidades. A tecnologia permite o tratamento mais adequado, garantindo uma qualidade de vida melhor às pessoas. “Durante os últimos três anos, acompanhamos a jornada de pacientes com câncer, além de lidar com a saúde mental e nutricional. E, muitas vezes, percebemos que a doença já estava avançada e os recursos para o tratamento tinham se tornado escassos”, afirma.
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Na avaliação do CEO da Arvorah, com o foco na atenção primária e o uso da tecnologia, os custos com os tratamentos de câncer e de doenças cardiovasculares podem ser reduzidos em até 88%, favorecendo os sistemas de saúde público e privado. “Quanto mais precoces forem os diagnósticos, menores serão os gastos com saúde. Não dizemos o que as pessoas têm, mas oferecemos todos os dados para que os profissionais especializados possam utilizá-los para oferecer o melhor tratamento possível ao menor custo”, ressalta. Pela inovação, a startup recebeu, neste ano, um prêmio do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal.
Ciência como base
Sócio fundador da Science Play, startup com sede em Brasília que oferece educação profissional para médicos e nutricionistas, Brunno Falcão conta que a empresa está abrindo 10% do capital para a entrada de investidores. “Temos 13 anos de atuação e esta é a primeira vez que vamos buscar sócios”, diz. Ele reconhece que o momento não é dos melhores para as startups, por causa do freio de arrumação do mercado, mas acredita que tem um ótimo produto para oferecer. “Temos um negócio sólido, que está estabelecido, é rentável e tem boas perspectivas de crescimento”, acrescenta.
De Brasília, a Science Play atende 25 mil clientes por ano em 95 mercados pelo mundo. A empresa representa, no Brasil, o American College of Sports Medicine, o que lhe permite oferecer cursos em português e certificação sem que os alunos tenham de se descolar para os Estados Unidos. Além disso, a startup é representante no país do evento científico ligado ao ator Arnold Schwarzenegger. São 10 anos de parceria. “No ano passado, nossos negócios cresceram 40%. Estamos em um momento muito bom como escola de formação para profissionais da área de saúde”, reforça Falcão.
A meta é sempre manter médicos e nutricionistas o mais bem informados possível, com artigos publicados nas principais revistas científicas do mundo, para que possam aplicar o conhecimento em suas áreas de atuação. “Temos a ciência como base, humanizada”, afirma. Ele antevê, porém, grandes transformações no mercado por causa do avanço da tecnologia, em especial, da inteligência artificial. “Cada vez mais, as pessoas terão de combinar educação de base com os avanços tecnológicos e o conhecimento das plataformas”, enfatiza.
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