COP28

Matriz energética limpa é trunfo do Brasil na Conferência do Clima

País quer ser protagonista no debate sobre a transição energética e atrair investimentos para projetos de energia renovável

A visita a Riad é a primeira etapa da viagem de Lula ao Oriente Médio -  (crédito: Reprodução/Unsplash)
A visita a Riad é a primeira etapa da viagem de Lula ao Oriente Médio - (crédito: Reprodução/Unsplash)
postado em 29/11/2023 04:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem a Riad, capital da Arábia Saudita, onde se encontrou com o príncipe herdeiro do país, Mohammed bin Salman. "Conversamos sobre investimentos sauditas no Brasil em diversos setores e sobre o potencial de exportações brasileiras", escreveu Lula no X, antigo Twitter, após o encontro. O presidente estava acompanhado de vários dos ministros que integram a comitiva brasileira.

A visita a Riad é a primeira etapa da viagem de Lula ao Oriente Médio, que tem como ponto alto a participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, que ocorrerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, desta quinta-feira, 30 de novembro, até 12 de dezembro. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o Brasil vai à conferência para "protagonizar a transição energética justa e inclusiva". De acordo com ele, o país quer apresentar ao mundo a sua matriz energética renovável e as potencialidades nas áreas de biocombustíveis, energia solar e energia eólica.

Silveira integra a comitiva ministerial que está na Arábia Saudita desde antes da chegada de Lula. "Nós já estamos aqui há dois dias, coordenados pelo ministro Rui [Costa], junto ao ministro Silvio [Costa Filho], apresentando para eles, que têm uma matriz muito dependente dos combustíveis fósseis, as grandes potencialidades do Brasil nas energias renováveis", afirmou Silveira a jornalistas, citando os chefes da Casa Civil e do Ministério dos Portos e Aeroportos, respectivamente.

"Nós vamos à COP28 para protagonizar a transição energética justa e inclusiva, e nós queremos defender que ela seja obrigatória, como disse o papa Francisco, para que possamos proteger o planeta. Mas, no caso do Brasil, especialmente, gerar oportunidades de emprego e renda, combater desigualdades, fazer inclusão social, que é o grande objetivo do governo do presidente Lula", acrescentou o ministro.

No início de outubro, o pontífice divulgou um texto no qual afirma que "o mundo está desmoronando" e que as medidas para uma transição energética precisam ter três características: "que sejam eficientes, que sejam obrigatórias e que possam ser monitoradas". Francisco seria uma das mais importantes personalidades da COP28, mas, ontem, o Vaticano informou que, por problemas de saúde, ele não comparecerá à reunião.

O príncipe Mohammed bin Salman é um personagem controverso. Ele foi acusado, por exemplo, de ter ordenado o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Também foi ele que deu ao então presidente Jair Bolsonaro as joias que o ex-mandatário tentou manter em seu acervo pessoal.

Hoje, o presidente Lula terá encontro com empresários sauditas e, em seguida, desloca-se para Doha, no Catar, onde, além de encontrar autoridades do país, pretende apresentar a investidores o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Transformação Ecológica do Brasil. No próximo domingo, depois de participar da COP28, Lula parte para a Alemanha.

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