Conjuntura

Ministério da Fazenda reduz para 3% previsão de alta do PIB neste ano

Estimativa foi revisada por conta da estagnação da atividade econômica no terceiro trimestre. Monitor do PIB, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra variação zero no período

Para o secretário de Política Econômica, Guiherme Mello, economia brasileira mostra resiliência diante da conjuntura global adversa -  (crédito: Diogo Zacarias)
Para o secretário de Política Econômica, Guiherme Mello, economia brasileira mostra resiliência diante da conjuntura global adversa - (crédito: Diogo Zacarias)
postado em 22/11/2023 04:10

O Ministério da Fazenda reduziu de 3,2% para 3% a projeção de crescimento da economia em 2023. Relatório divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) aponta a queda da expectativa de variação do PIB no terceiro trimestre, de 0,1%, no documento de setembro, para 0% agora, como motivo da revisão. Para 2024, a SPE também alterou para baixo a previsão de crescimento econômico — de 3,2% para 2,2%.

A perda de fôlego da economia no período julho-setembro já vinha sendo apontada por indicadores setoriais, como os de produção industrial e de oferta de serviços. Nesta terça-feira (21/11), o Monitor do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou estagnado no terceiro trimestre de 2023, na comparação com os três meses anteriores. Em setembro, isoladamente, a atividade econômica encolheu 0,6%.

De acordo com a FGV, "a estagnação do PIB reflete a fragilidade de sustentação de crescimento da economia brasileira". Segundo a fundação, "a desaceleração da agropecuária e do setor de serviços explica a estagnação da economia pela ótica da oferta". Pela ótica da demanda, acrescenta a entidade, "destacam-se a desaceleração do consumo das famílias e a queda da Formação Bruta de Capital Fixo", indicador que mede os investimentos. Em relação ao terceiro trimestre de 2002, o indicador dos investimentos caiu 5,3%.

Consumo das famílias resiste

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologias empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais. O IBGE deverá divulgar o PIB do terceiro trimestre em 5 de dezembro.

Apesar da avaliação geral negativa, a FGV ressaltou o comportamento positivo do consumo das famílias. "Embora tenha crescido em menor ritmo, o consumo das famílias apresentou, pela nona vez, variação positiva no terceiro trimestre, demonstrando grande resiliência, apesar do ambiente de juros elevados e do alto grau de endividamento", afirma nota assinada pela economista Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB.

Inflação controlada

O ritmo mais lento da economia, por outro lado, tem permitido maior controle da inflação neste ano. O Relatório do Ministério da Fazenda revisou para baixo a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. A estimativa passou de 4,85% para 4,66%, abaixo do teto da meta fixada para o ano, que é de 4,75%. Já para 2024, a previsão subiu de 3,40% para 3,55%.

O secretário de Política Econômica do Ministério, Guilherme Mello, afirmou que o Brasil figura como "um dos países mais resilientes ao cenário de turbulência na economia global", o que ele classificou como uma novidade. Para o secretário, isso reflete confiança no Brasil e a estabilização do ambiente macroeconômico no país.

 

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