Conjuntura

Bancos reduzem projeção para crescimento do crédito em 2023

De acordo com pesquisa divulgada pela Febraban, expectativa para expansão da carteira de crédito neste ano passou de 7,6% para 7,4%

Em relação à taxa de inadimplência, a pesquisa prevê estabilidade da carteira livre em 2023 -  (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Em relação à taxa de inadimplência, a pesquisa prevê estabilidade da carteira livre em 2023 - (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
postado em 21/11/2023 15:57 / atualizado em 21/11/2023 15:58

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) cortou a previsão para a expansão da carteira de crédito neste ano de 7,6% para 7,4%, com redução em praticamente todos os segmentos. De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (21/11), para a carteira livre, a expectativa de crescimento caiu de 6,4% para 6,1%

Houve queda, também, da projeção para o desempenho da carteira destinada às empresas, que recuou de uma alta de 2,3% para 1,3%. Por outro lado, a projeção da carteira destinada às famílias subiu de 9,1% para 9,5%.

No crédito direcionado, houve baixa tanto na previsão para pessoa jurídica, que passou de 7,3% para 6,9%, quanto para pessoa física, indo de 10,2% para 9,8%. Ainda assim, a federação destacou que a carteira seguirá com um bom ritmo de expansão, sustentada pelos programas públicos de crédito e o crédito rural.

Para 2024, a projeção da carteira total foi novamente revisada para cima, de 8,1% para 8,3%. A alta foi puxada pela carteira com recursos direcionados (de 7,8% para 8,5%), especialmente pessoa física (de 7,9% para 9,1%). Já a projeção para o crescimento da carteira livre caiu de 8,4% para 8,2%.

Inadimplência

Em relação à taxa de inadimplência, a pesquisa prevê estabilidade da carteira livre em 2023, que permaneceu em 4,9%. Este é o nível atual do indicador publicado em setembro pelo Banco Central. De acordo com a entidade, o dado reforça o entendimento de que a trajetória de alta da inadimplência “provavelmente se encerrou ou está bem próxima do seu pico”.

Para 2024, houve ligeira alta, com a expectativa passando de 4,5% para 4,6%, mas ainda numa trajetória esperada de queda. “A queda da taxa de juros e da inadimplência, especialmente na carteira de crédito destinada às famílias, dá alguma confiança aos agentes de que o mercado de crédito tende a voltar a ganhar tração em 2024, o que provavelmente explica essa melhora das expectativas”, avaliou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Selic

Sobre a taxa básica de juros (Selic), a maioria dos participantes da pesquisa (88,2%) entendeu como adequada a sinalização de novos cortes de 0,50 ponto percentual, apesar da piora do cenário externo e do cenário inflacionário relativamente benigno, que poderiam alterar o ritmo de queda dos juros. Assim, a expectativa (mediana) é que o ritmo de cortes permaneça nesse patamar, com os juros encerrando em 11,75% ao ano.

A Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo do ano vigente e do próximo. A edição atual reflete entrevistas com 19 bancos, realizadas entre 8 e 13 de novembro.

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