Diplomacia

Haddad evita comentar vitória de Milei: "É hora de desejar sorte"

O ministro da Fazenda já havia afirmado que uma possível vitória de Milei preocupava o governo brasileiro pelo fato de a Argentina ser um dos principais parceiros comerciais do país

Haddad sobre resultado na Argentina:
Haddad sobre resultado na Argentina: "Temos que aguardar os acontecimentos, agora não há muito o que comentar" - (crédito: Washington Costa/MF)
postado em 20/11/2023 10:37

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou comentar a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais argentinas. O chefe da equipe econômica já havia afirmado anteriormente que uma possível vitória do ultradireitista, que se autodenomina “anarcocapitalista” e “libertário”, preocupava o governo brasileiro.

“Agora é desejar sorte, celebrar o fato de que o presidente Lula demonstrou apreço pela democracia, que nosso continente tem que fortalecer a democracia. Temos que aguardar os acontecimentos, agora não há muito o que comentar”, disse a jornalistas na manhã desta segunda-feira (20/11), na chegada à sede da pasta. Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o novo governo na Argentina ontem à noite, logo após os resultados, sem citar o nome de Milei.

 

Milei foi eleito presidente da Argentina neste domingo ao vencer no segundo turno o candidato governista Sergio Massa. Conhecido por falar polêmicas durante a campanha, o argentino já havia declarado que, se ganhasse, não faria negócios com qualquer país que considerasse "comunista", o que inclui Brasil e China.

Ele também chegou a dizer que a Argentina "seguiria seu próprio caminho" e deixaria o Mercosul — bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, sendo que essa última está suspensa dos seus direitos e deveres.

Além de vizinho, o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em outubro, em entrevista à Reuters, Haddad disse que a preocupação era natural. “É um vizinho do Brasil, principal parceiro na América do Sul. Então preocupa quando um candidato diz que vai romper com o Brasil. Você fez o quê para merecer esse tipo de tratamento?”, questionou o ministro.

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